domingo, 10 de março de 2024

Apoiar o estado de Israel é ser coparticipante dos seus crimes

Por Saulo Alves de Oliveira

A cegueira provocada pelo fundamentalismo é provavelmente um dos piores males que podem tomar conta da mente humana. Sempre trouxe desgraças e maldades ao mundo. O fundamentalismo faz o ser humano matar em nome de Deus, achando que esta é a sua vontade, ou o impele a apoiar as maiores barbaridades em nome de Deus. O fundamentalismo faz o indivíduo julgar-se superior aos seus semelhantes.

Se você é cristão e não se sensibiliza com a morte de crianças, mulheres e idosos, despedaçados pelas bombas do exército de Israel, e com a destruição total de suas residências, você não entendeu absolutamente nada em relação à mensagem do seu Deus, que, inclusive, é rejeitado como Deus pelo carniceiro que está ordenando a destruição de Gaza e o genocídio do seu povo.

Realmente, é desolador. O monstro está tornando Gaza inabitável, e, apesar disso, grandes parcelas dos crentes manifestam seu apoio incondicional ao estado genocida de Israel.

Eu nasci e fui criado em um lar cristão evangélico, participei ativamente das atividades da igreja durante muitos anos. Parte do que eu sou hoje aprendi nos bancos da Escola Dominical, especialmente quanto a não fazer o mal ao próximo. Então, é profundamente decepcionante e vergonhoso alguém citar versículos bíblicos para embasar seu apoio a todos os crimes que o estado de Israel está cometendo em Gaza.

Onde está escrito na Bíblia que se deve apoiar Israel incondicionalmente?

Na realidade, eu não preciso de nenhum preceito bíblico estabelecendo que eu tenho ou não de apoiar Israel. A minha consciência e a minha formação moral são os norteadores do meu entendimento para não apoiar os crimes do estado de Israel e de seu governo genocida.   

O estado de Israel está trucidando seres humanos, civis e inocentes, seres humanos como eu e você, crianças como nós fomos um dia, crianças como nossos filhos e netos, e mesmo assim o fundamentalista encontra absurdamente um pretexto na Bíblia para dizer que não se pode criticar o governo de Israel, responsável pelas chacinas, pois Israel é o povo escolhido de Deus. Às vezes me parece, não sei se de propósito ou por alguma deficiência cognitiva, identificam o estado de Israel ou o governo de Israel com o próprio povo judeu.

Quando a crítica é ao Sr. Netanyahu e seu “staff”, não se está criticando o povo de Israel. A crítica é direta aos seus líderes, pessoas malignas, agentes da maldade.

Todavia, passando a um outro patamar da questão, se o povo judeu atingir ao extremo de apoiar a chacina dos palestinos, não tenho a menor dúvida de que sua atitude é condenável e digna de críticas sim, de uma forte reprimenda e de ter sua conduta exposta ao mundo.

Ademais, se eu fosse o líder de uma nação forte e poderosa, eu impediria o estado de Israel de cometer os crimes que estão sendo cometidos em Gaza. Não tenham a menor dúvida. Lamentavelmente, nada posso fazer, todavia, como disse um certo judeu centenário, posso ser uma testemunha de hoje e para a posteridade dos crimes do estado de Israel. 

Não pensem que o estado de Israel faz o que faz porque Deus está do seu lado. Se o fosse, esse deus mereceria ser questionado e, talvez, rejeitado. Israel faz o que faz porque tem o apoio incondicional - com recursos e armas - do ocidente e daquela que talvez ainda seja a mais rica e poderosa nação da Terra, muito embora, ao que tudo indica, essa não é mais a realidade do mundo atual, pois Rússia e China estão desbancando a outrora “xerife” da Terra, em relação, respectivamente, aos poderios militar e econômico.

Citar versículos da Bíblia para justificar os crimes de Israel é incorrer numa condenação da própria Bíblia: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem mal...” O estado de Israel está praticando o mal e os que o apoiam são coparticipantes deste mal.

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