quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Coerência ou incoerência?

Por Saulo Alves de Oliveira

A posição cômoda do observador de certos acontecimentos é uma opção de cada um, isto é, estar diretamente envolvido ou ser apenas um observador da coerência ou incoerência. Como eu não quero ser cobrado pela incoerência, prefiro permanecer como observador.

Pastor auxiliar se desentende com Pastor titular e, logo em seguida, funda sua própria igreja – não vou entrar em detalhes sobre os motivos, pode ser qualquer um, não é fácil dar razão a um dos dois, pois ambos sempre têm razão. (sic) Nesse caso, quando os dois têm razão, onde está a verdade?

Pastor dissidente diz que sua nova igreja é um projeto de Deus. Pastor titular diz que sua igreja é, e sempre foi, um projeto de Deus.

O interessante é que antes da cisão ambos afirmavam que sua igreja, isto é, a igreja dos dois, era um projeto de Deus.

Então eu me pergunto: como explicar tal situação? Estaria Deus dividido?

Talvez uma explicação - explica mesmo? - é a que sugere que Deus estimula a divisão (?) como forma de alcançar um maior número de pessoas.

Coerência ou incoerência?

Ou simplesmente “human business” baseados em interesses humanos?

sábado, 27 de agosto de 2022

Não me queiram transformar em clone dos meus pais

Por Saulo Alves de Oliveira

Certa vez, ao discutir questões relacionadas à fé e à política, um amigo que não encontrava há muito tempo me fez a seguinte crítica: “Eu não consigo defender o erro pois fui formado para combatê-lo. Tenho certeza que esse seu pensamento é contrário à formação que seus pais deram a você”. A insinuação não poderia ser mais evidente: na ótica dele eu estava defendendo um erro.

Um outro amigo, que me conhece desde a minha infância - ele deve ser uns 15 ou 20 anos mais velho do que eu -, insinuou várias vezes, também por questões relacionadas à fé cristã: “Eu conheci os seus pais, crentes e tementes a Deus, será que se eles ainda fossem vivos...?”

Eu convivi ativamente no meio cristão evangélico durante muitos anos. E tudo começou na minha primeira infância. Considerando, pois, o tipo de formação que as crianças e os jovens recebem em muitas igrejas evangélicas, não me causa estranheza o fato de, quando adultas, tais pessoas insistirem na ideia equivocada de que os filhos devem ser cópias intelectuais dos seus pais.

Com certeza absoluta eu amava os meus pais e sinto muito a sua falta.

Grande parte do que sou hoje devo ao meu pai e à minha mãe. Minha formação moral tem muito a ver com seus ensinamentos. Muitos princípios e os valores morais elevados que eles me ensinaram eu conservo até hoje e conservarei até o fim dos meus dias, não somente por serem princípios e valores cristãos, mas sobretudo por serem princípios altruístas universais. Tenho consciência de que sou o resultado do que meu pai e minha mãe me ensinaram, mas também de tudo o que aprendi ao longo da minha vida, inclusive coisas que os meus pais, se vivos estivessem, não concordariam, todavia nem por isso eu deixaria de amá-los. A recíproca é verdadeira.

Todavia, de uma vez por todas, é preciso ter em mente que Sebastião Alves e Maria Carlos, dos quais eu tenho enorme prazer de ser filho, eram duas pessoas distintas entre si, com suas virtudes e defeitos, e diferentes de mim, com minhas virtudes (se é que as tenho!) e os meus defeitos (estes sim meus “companheiros” do dia a dia). Portanto, eu não tenho nenhuma obrigação de ser cópia dos meus pais ou de seguir tudo o que eles me ensinaram, visto que eles poderiam - poderiam, ressalto - estar errados ou equivocados em relação a alguns aspectos da sua visão de mundo, da fé, de Deus, da igreja, da Bíblia e de qualquer outra área da vida humana. Eu sou outra pessoa, única, e não tenho obrigação alguma de pensar como eles pensavam.

Eu cresci, física, mental e espiritualmente, me tornei adulto e deixei de pensar como criança, e hoje sou capaz de analisar esses aspectos que citei e também de tomar a decisão que me parece a melhor para a minha vida, para os que estão próximos a mim, para a minha comunidade e o meu País.

No entanto, algo não me causa o menor incômodo: se alguém se sente bem em conservar ainda hoje, ao pé da letra, tudo que os seus pais e a Igreja lhe ensinaram, tudo bem. Não me cabe julgá-lo e constrangê-lo por isso. É um direito que não lhe pode ser negado. Apenas não posso aceitar essa observação - julgamento? - em relação a mim, isto é, não aceito que me queiram transformar em clone dos meus pais, porquanto não sou mais uma criança para aceitar como verdade absoluta tudo o que os meus pais, os pastores e a Igreja me ensinaram. Aprendi e ainda estou aprendendo a questionar, pois, certa vez eu li: “São as perguntas que transformam o mundo”.

domingo, 14 de agosto de 2022

Estou certo?

Por Saulo Alves de Oliveira

Proposição para os cristãos, mais especificamente para os evangélicos, pois acho que são os mais atentos a esse tema. São duas situações hipotéticas.

Na primeira situação Israel é oprimido e agredido, injustamente, por uma nação mais forte e poderosa. Você, um cristão convicto, se colocaria do lado de quem? Acho que a resposta óbvia é Israel. Estou certo?

Na segunda situação uma nação mais fraca é oprimida e agredida, injustamente, por Israel. Você, um cristão convicto, se colocaria do lado de quem? Acho que a resposta óbvia é da nação agredida. Estou certo?