Por
Saulo Alves de Oliveira
No
passado, nos tempos bíblicos, Israel cometeu diversas matanças indiscriminadas -
há casos de verdadeiros genocídios na Bíblia - sob o comando ou orientação de
homens tão reverenciados hoje por cristãos e judeus, entre os quais posso citar
Moisés, o manso, Josué, o general, Samuel,
o profeta, e Davi, o rei e homem segundo o coração de Deus.
Para
evidenciar apenas um caso, cito as palavras do profeta Samuel: “Assim diz o
Senhor dos Exércitos: Eu me recordei do que fez Amaleque a Israel; como se lhe
opôs no caminho, quando subia do Egito. Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e
destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde
os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos
até aos jumentos.” 1 Samuel 15: 2, 3
É
isso mesmo que você leu: “desde os
meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até
aos jumentos”.
Alguém
poderia até tentar justificar: os adultos cometeram crimes contra Israel.
Entretanto, quais foram os crimes das crianças e dos animais contra Israel?
Cito
essa passagem pois é uma dentre muitas que sempre me chocaram. Jamais entendi
essa ordem de Deus dada através do profeta Samuel. E as justificativas que ouvi
ou li nunca me satisfizeram.
Diante
do que se vê hoje em Gaza, eu fico a pensar: estaria o “Josué” dos nossos dias espelhando-se
nas histórias bíblicas para justificar o massacre e o genocídio do povo palestino?
A
ONU define o genocídio como qualquer ação "cometida com a intenção de
destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou
religioso".
Segundo
a definição da ONU, essas ações incluem:
-
assassinatos de membros de um grupo;
-
infligir sérios danos físicos ou psicológicos a membros do grupo;
-
criar condições que ameacem a vida de membros do grupo, com capacidade de
destruí-lo total ou parcialmente;
-
implementar medidas para impedir nascimentos no seio do grupo;
-
e a transferência forçada de crianças para outro grupo.