domingo, 26 de maio de 2013

Indiferença

Hoje eu almocei um pouco tarde, por volta das duas da tarde. Depois me deitei um pouco, porém acho que não dormi profundamente. Talvez só uns pequenos cochilos me visitaram.

Em certo momento me lembrei de algumas pessoas que já se foram. Também pensei em outras que, se se cumprir o que denominamos ciclo normal da natureza, irão antes de mim. No entanto, posso estar totalmente enganado, pois já vi essa inversão em diversas ocasiões.

Pensei em como, às vezes, alguns de nós somos tão ingratos. Talvez seja melhor utilizar a palavra insensíveis. Ou seria duros de coração? Eu não deixo de me incluir nesse rol.

Existem pessoas que não tem nenhum laço consanguíneo conosco, porém são pessoas que de alguma forma fizeram ou fazem parte da nossa vida. E esses seres humanos, pela idade já bastante avançada, estão vivendo provavelmente seus últimos anos ou meses ou, quem sabe, dias de vida na Terra. E alguns de nós não temos a sensibilidade de ao menos fazer-lhes uma rápida visita ou mesmo uma simples ligação telefônica para perguntar: “Fulano, como você está? Está precisando de alguma coisa?” Às vezes basta só isso para que o outro não se sinta esquecido.

Passam-se meses, anos, e só em ocasiões muito especiais nós encontramos aquela pessoa.

Um dia, de forma implacável, e totalmente indiferente à tristeza de quem fica, a natureza cumpre seu trabalho. “Fulano” vai embora para nunca mais voltar.

Alguns, depois sentem remorsos pela indiferença. Mas, de que adianta remorsos? Talvez só para acalmar um pouco a consciência pesada. Outros, nem remorsos sentem.

No futuro, se vivermos ainda muitos anos, talvez o “Fulano” seja eu ou você.  Aí saberemos com certeza, e na prática, o significado da palavra indiferença.

Em 24/05/2013

Saulo Alves de Oliveira