domingo, 30 de setembro de 2018

Matar, matar, matar...

Por Saulo Alves de Oliveira

O atentado contra o capitão, candidato à Presidência da República, é inaceitável sob qualquer ponto de vista, se é que foi real - o que é que os interesses externos não fariam pelos 10 trilhões de dólares do pré-sal, cerca de 40 trilhões de reais em valores de hoje! Todavia, se o atentado foi real, não é assim que um povo civilizado resolve suas diferenças.

O capitão é vítima, mas também é, ao mesmo tempo, parte do problema.

Com frequência o indivíduo fala em torturar, matar, fuzilar...

O resultado de palavras e frases de efeito repetidas diversas vezes para uma manada de seguidores raivosos pode ser gravíssimo.  

Disse o capitão, candidato à Presidência da República:

“O erro da ditadura foi torturar e não matar”.

“Pinochet [ditador do Chile] devia ter matado mais gente.”

“A PM devia ter matado 1.000 e não 111 presos.”

O cidadão é a favor da tortura e de matar, matar, matar... Tem um torturador como ídolo. Apesar disso, muitos evangélicos e católicos o estão apoiando. Será que eles ainda lembram que o seu Mestre foi barbaramente torturado e matado?

Eu realmente não sei se a atitude deles é uma questão de incoerência ou é coerência mesmo. Se for a primeira opção – isto é, não concordar, mas apoiar –, deve ser decorrente de alguma dificuldade cognitiva. Se se tratar da segunda opção – concordar e apoiar –, o problema é muito mais sério do que eu imagino, pois envolve questões morais e a exteriorização da maldade intrínseca do ser humano, que deve ser contida pelo estado civilizatório.

Talvez os seus eleitores concordem com ele, inclusive pastores e padres que o estão enaltecendo porque ele "respeita a Palavra de Deus e seus princípios". (sic)

É, parece que tais princípios são matar, matar e matar, ao invés de “...Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.”