quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Às vezes o silêncio é a melhor resposta

Por Saulo Alves de Oliveira
Não respondas ao tolo segundo a sua tolice, para que também não te faças semelhante a ele.”  Rei Salomão 
Eu já ouvi ou li várias vezes alguém afirmar o seguinte: “O silêncio de Deus também é resposta”. Evidentemente, eu não concordo com essa ideia.

Ninguém escuta a voz própria de Deus em um diálogo cara a cara ou conversa olhando diretamente nos seus olhos para perceber a sua expressão de silêncio, característica daqueles que se calam diante de um questionamento ou de uma agressão verbal.

Acho que é apenas uma forma da pessoa encontrar, e dar aos outros, conforto ante os problemas da vida e assim enfrentá-los com resignação. Tem algum valor? Certamente. Para mim, entretanto, não passa de autoajuda.

Depois de muito tempo – às vezes anos e anos se passam, em alguns casos, décadas mesmo – quando, e se, o problema for resolvido, então foi Deus. Se nunca for resolvido, ou se o desfecho for trágico, também foi Deus, pois “Ele sabe o que é melhor para mim”. Assim, a pessoa se conforta ao passar pelos embates naturais da vida, e se resigna com qualquer situação.

Mas, deixa isso pra lá. Na verdade, eu quero falar sobre outro silêncio.     

Ninguém é obrigado a concordar com a visão de mundo ou com as ideias de qualquer outra pessoa, porém acho que as regras da boa convivência, da boa educação, todos devem respeitar. Isso chama-se civilidade. Grandeza de espírito.

Às vezes você posta algo na internet ou emite uma opinião e determinadas pessoas são tão indelicadas e deseducadas nos seus comentários que parecem convidar você para uma briga verbal. Se você responder no mesmo nível, talvez perca uma amizade. O mais lamentável é que parece que para tais pessoas isso não faz a menor diferença.

Nesses casos, aí sim, eu acho que o silêncio é a melhor resposta.

Todavia, acho que aqui vale também uma outra sugestão do rei Salomão, aparentemente contraditória em relação à destacada no início deste breve comentário. Cabe a mim e a você interpretá-las e fazer o uso correto dos dois conselhos.
 “Responde ao tolo segundo a sua tolice, para que ele não seja sábio aos seus próprios olhos.”