sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Crimes de guerra contra Hiroshima e Nagasaki

Por Saulo Alves de Oliveira

No dia 6 de agosto de 1945, portanto há 72 anos, os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima. Três dias depois, em 9 de agosto, o governo dos Estados Unidos reincidiu no mesmo crime: lançou outra bomba atômica sobre o Japão. Desta feita, o alvo foi a cidade japonesa de Nagasaki. Milhares de seres humanos morreram instantaneamente e, nos dias que se seguiram aos lançamentos, dezenas de milhares também morreram.

Seres humanos que acreditavam no "Príncipe da Paz" – Harry Truman, presidente dos Estados Unidos, era um cristão batista – jogaram as duas primeiras, e até agora únicas, bombas atômicas sobre duas cidades repletas de outros seres humanos, seus semelhantes. Há cálculos que estimam o número de mortos entre 200 mil e 250 mil pessoas.

É uma ironia ou não?

Servos do “Príncipe da Paz”, aquele famoso pregador que disse “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”, fizeram muitas pessoas evaporarem, literalmente, em um instante, sob o intenso calor provocado pelas explosões dos artefatos atômicos. Milhares de moradores foram carbonizados. De outros, os olhos lhes saltaram das órbitas e as carnes derreteram sobre seus ossos. Nos anos seguintes, milhares que não estavam no centro das explosões morreram de câncer provocado pela radiação nuclear. Realmente foram ações dignas de filhos da luz (sic). Esperem um pouco! Da luz ou das trevas? Somente os filhos de Satã são capazes de perpetrar crimes tão infames.   

Há quem tenta minimizar os crimes cometidos pelo exército do Tio Sam afirmando que “os Estados Unidos estavam no seu canto e foram agredidos sem razão pelos japoneses, que bombardearam de surpresa a base norte-americana de Pearl Harbor”. No ataque japonês cerca de 2.403 pessoas foram mortas e 1.178 ficaram feridas. 

Pergunto a você: se o Brasil fosse agredido pela Argentina ou Venezuela, por exemplo, você apoiaria que o governo brasileiro – se o nosso país tivesse armas atômicas ou nucleares – lançasse uma bomba no centro de Buenos Aires ou Caracas?

(É uma pena que alguns maus brasileiros, canalhas mesmo, sabe-se lá com qual intenção, que governaram o Brasil há alguns anos, fizeram o nosso País abrir mão da tecnologia das armas nucleares. Não que devêssemos possuí-las para agredir outros países, mas para dissuadir qualquer tentativa de invasão do nosso território por qualquer potência militar com o intuito de se apoderar das nossas riquezas naturais, especialmente no que tange ao comportamento covarde dos Estrados Unidos que são useiros e vezeiros na arte de agredir ou invadir países que não podem se defender frente à sua poderosíssima máquina de guerra.)     

Confesso-lhes que me assusta o fato de alguns que se dizem cristãos (sic) não qualificarem os atos cometidos pelo governo norte-americano no final da 2ª Guerra Mundial como crimes hediondos. Sinceramente, não sei porque isso ainda me surpreende. Será que ser cristão é condição “sine qua non” para ter um espírito benevolente e pacífico? Confesso-lhes que a cada dia aumentam as minhas dúvidas a esse respeito. Já estou no limiar de desacreditar totalmente.

Não foram ataques específicos a navios e aviões de guerra, ou a bases navais ou aéreas japonesas, ou mesmo a instalações militares de um modo geral. Não foram ataques a fábricas ou depósitos de armas, tampouco a centrais de comunicação do Japão. Os Estados Unidos jogaram duas bombas atômicas em duas cidades japonesas repletas de civis, isto é, homens, mulheres e crianças. Dezenas de milhares de pessoas inocentes morreram em segundos ou minutos, e também nos dias que se seguiram aos ataques, chegando a centenas de milhares de mortos.

Não entendo como pessoas que certamente se julgam filhos de Deus e herdeiros dos céus não têm essa percepção. Para mim é extremamente decepcionante, a ponto de um certo desânimo envolver o meu espírito em relação ao ser humano. Foi por isso que há dias eu escrevi um texto dizendo que “A humanidade não deu certo”.

Se o mundo fosse menos imperfeito ou se eventualmente os Estados Unidos não tivessem ganhado a guerra, com certeza o presidente Harry Truman, que autorizou os ataques, e os seus generais teriam sido julgados por crimes contra a humanidade, pois foi exatamente isso o que eles cometeram.

As atitudes de Harry Truman, dos seus generais e dos pilotos dos aviões que executaram as ordens são igualmente imperdoáveis.