terça-feira, 22 de maio de 2012

O Big Bang





        Os pais da teoria do Big Bang





    
             Albert Einstein
            (1879-1955)   
        

Edwin Hubble                                Padre Georges Lemaitre                              George Gamow
          (1889-1953)                                                (1894-1966)                                                        (1904-1968)                                                                

Conforme relatei no comentário anterior, este blog está completando o seu 1º aniversário neste mês de maio. Por este motivo, pensei em postar algo muito especial em comemoração a esta data. Então me veio a ideia de escrever alguma coisa sobre a Teoria do Big Bang, isto é, a teoria científica que melhor explica a origem do nosso Universo.

E por que logo esse tema?, perguntaria alguém. Resposta: porque, de todo o conhecimento humano, esse é um dos assuntos que mais me fascina, porquanto ele trata da origem de todas as coisas.

Inicialmente, convém ressaltar que, quando se fala em teoria científica, a palavra “teoria” não tem o mesmo significado de quando nós a usamos no dia a dia, por exemplo, quando dizemos “eu acho que o carro quebrou e por isso Fulano ainda não chegou”. Ao “achismo” em ciência se dá o nome de hipótese. É claro que em ciência as coisas não são tão simples assim. Em ciência os “achismos” normalmente envolvem pessoas incomuns, mentes brilhantes, muitas vezes gênios, que têm “insights” acerca de como a natureza “trabalha”, entretanto mesmo tais lampejos de genialidade têm de ser confirmados através de experiências ou observações. Mas, nesse nível, as ideias são consideradas apenas hipóteses. Teoria, no entanto, tem um significado mais profundo, pois ela tem de confirmar previsões e apresentar evidências de sua validade através de experiências ou da observação. E tais experiências e observações só têm valor se forem reproduzíveis também por outros cientistas, e não apenas por quem apresentou a proposição. É o que acontece com a Teoria da Gravidade de Newton, a Teoria da Evolução de Darwin, a Teoria da Relatividade de Einstein, a Teoria do Big Bang, e muitas outras.

Muitos cristãos – e somente os cristãos, faço questão de ressaltar – se satisfazem com o primeiro versículo da Bíblia, que diz: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Para eles, o Gênesis explica tudo, e isso lhes basta. Eu também já pensei assim. Hoje, não mais. Hoje eu quero saber exatamente como as coisas aconteceram. Pode ser que nos anos da minha vida não haja tempo suficiente para a ciência descobrir tantas coisas ainda desconhecidas. E, quem sabe?, pode ser também que algumas delas jamais sejam descobertas pela ciência.   

As primeiras concepções do Universo brotaram das cabeças dos filósofos gregos, entre eles Aristóteles, que viveu entre 384 a.C. e 322 a.C. Na concepção de Aristóteles, o cosmo era formado por diversas esferas concêntricas, invisíveis e feitas de cristal, estando a Terra fixa no centro. Pense em algo como as camadas de uma espécie de cebola gigantesca.

Em cada esfera estavam primeiro a Lua, seguida por Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno e, na última, as estrelas fixas. Não se falava em Urano e Netuno, pois tais planetas ainda não eram conhecidos. Esse era o Universo de Aristóteles.

A concepção do cosmo de Aristóteles dominou o mundo por cerca de 1900 anos. Somente a partir do século XVI alguns gênios da humanidade tiveram a coragem de desafiá-la. Eram os primórdios da ciência moderna.

Tudo começou com Nicolau Copérnico em 1543, que “tirou” a Terra do centro e “colocou” o Sol, adotando o sistema heliocêntrico. Ainda não era a concepção definitiva, mas representava um grande avanço, de forma tal que “O próprio Lutero zombou das idéias de Copérnico, afirmando que um certo astrônomo queria virar a astronomia pelo avesso, fazendo a Terra girar em torno do Sol como se fosse um carrossel” (Marcelo Gleiser, em Poeira das estrelas). É lamentável que exatamente Lutero, “o iluminado”, não apoiasse as ideias de Copérnico.

Depois vieram outros gênios que continuaram a revolução do conhecimento do cosmo, dentre os quais podemos destacar: Johannes Kepler, Galileu Galilei, Isaac Newton e Albert Einstein, só para citar os mais conhecidos.

A Teoria da Relatividade de Einstein, publicada no início do século XX, foi o que propiciou as condições para se chegar à Teoria do Big Bang.

Eu não sou um especialista em cosmologia, nem sequer sou um físico, sou apenas alguém que já leu alguns livros sobre o tema e, como já disse anteriormente, este é um dos assuntos que mais me fascina, pois diz respeito às origens de tudo.

Portanto, seria impossível para mim, e acho que até mesmo para um cosmólogo, tentar explicar, em apenas uma ou duas páginas, como se chegou à Teoria do Big Bang e quais as suas evidências.

Então me veio a ideia de apresentar um documentário produzido pelo canal History Chanel que explica exatamente o que foi o Big Bang e qual o caminho percorrido para se chegar à Teoria do Big Bang. O título do documentário é “O Universo – Além do Big Bang”.

É uma produção espetacular, bem dublada ou legendada e apresentada de forma didática.

E, para ficar mais atraente aos leigos, o documentário foi postado no YouTube em nove partes de 10 minutos cada. Portanto, os interessados não precisarão assisti-lo todo de uma única vez, mas é importante, para compreensão, assisti-lo na sequência.

Caso você não compreenda alguma coisa, insista, vá até ao fim, pois somente dessa forma você ficará sabendo que a Teoria do Big Bang não é um “achismo” e porque toda a comunidade científica a aceita como a mais plausível explicação para a origem do nosso Universo.

Eu sei que os fundamentalistas nem sequer chegarão a este ponto, talvez o rejeitarão peremptoriamente apenas ao ler o título, o que é uma pena, pois deixarão de tomar conhecimento – até mesmo para depois criticar, se for o caso – de algo que deveria interessar a todas as pessoas que têm um intelecto minimamente racional. 

Para ajudá-lo, eu divulgo abaixo todos os links.


Ao terminar de assisti-lo, a expressão que me veio à mente foi “simplesmente espetacular”.

E, se não fossem grandes homens que ousaram desafiar o “status quo” do seu tempo, como Giordano Bruno, que morreu queimado pela Inquisição em 1600, talvez ainda hoje nós vivêssemos na escuridão da ignorância que “mantinha” a Terra no centro de um Universo imutável composto apenas por um punhado de planetas e uns poucos milhares de estrelas fixas.

Saulo Alves de Oliveira