domingo, 14 de outubro de 2018

Decepção? Sim, decepção

Mas uma grande lição! 

Por Saulo Alves de Oliveira

Qualquer que seja o resultado destas eleições, eu aprendi coisas importantíssimas, as quais jamais esquecerei.

Dentre várias lições, eu percebi como a indiferença, o rancor e outros sentimentos nada nobres podem tomar conta de corações e mentes. Pessoas até então tidas como sérias, amigas, equilibradas e até dóceis, algumas consideradas por muitos como padrão a ser seguido, agem como se não tivessem nenhum compromisso com a ética, com a verdade e, em alguns casos, com os valores que elas mesmas pregam todos os dias.

Confesso-lhes que tem sido uma experiência que me pegou totalmente de surpresa. É, de certo modo, assustadora e, para alguns mais fracos emocionalmente, de perturbar a própria jornada da fé.

Eu não sei se tais pessoas um dia cairão em si e perceberão o rancor que tomou conta de suas almas e mentes.

Apenas dois exemplos.

1 – Fulana(o) divulgou uma notícia falsa, a moderna “fake news”. Vamos supor que Fulana(o) não sabe que tal notícia é falsa. É evidente que isso não justifica seu procedimento. Cabe à pessoa checar se aquela notícia é verdadeira ou não, especialmente se prejudica a imagem de outro ser humano. Mas, vamos dar o benefício da dúvida.

Então um amigo alerta: “Fulana(o), essa notícia é falsa. A notícia verdadeira é assim e assim.”

O que você esperaria de uma pessoa consciente? De acordo com os compromissos morais que você pensa que tal pessoa carrega, obviamente se esperaria que ela apagasse a informação falsa e até pedisse desculpas a quem a leu.

Entretanto, qual é a atitude de tal pessoa? Insiste com a informação, aplaude quem corrobora e ainda faz gozação com o amigo que a alertou.
 
2 – Eu vi pessoas que em algum tempo foram guias espirituais de muitos jovens, inclusive meus – ainda hoje o são de muitas pessoas, não mais meus –, apoiarem o que há de pior na política, sob a desculpa de que o elemento defende os valores cristãos. E quando você pesquisa a vida e os discursos do elemento, você constata que não há nada de mais enganoso.

Um me disse “[nome do cidadão] Presidente, pela volta ao Prumo da Verdade de Deus”. Nesse momento eu escutei os anjos no Céu exclamarem “My God!”. Não sei se é motivo para sorrir ou chorar!.

Decepção e frustração? Sim, porém extremamente instrutivo. As máscaras que cobriam os rostos nos púlpitos das igrejas e nas reuniões privativas caíram completamente.

Para mim, tais pessoas não passam de seres humanos que, e somente nessa condição, ainda merecem, e sempre terão, meu respeito. Como exemplo, jamais.