quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Nem para “toilet paper” a “v”eja serve

Por Saulo Alves de Oliveira

Eu não compro a “v”eja, portanto não tenho nem sequer um exemplar em minha casa. Mas eu poderia conseguir com amigos e conhecidos alguns exemplares do “detrito sólido de maré baixa”, como diz o Paulo Henrique Amorim, para a utilização a seguir.

Os preços dos produtos estão subindo, então eu estava pensando em que poderia economizar. Aí tive a seguinte ideia: vou economizar no papel higiênico. Mas, como? Vou passar a utilizar as folhas da “v”eja no lugar do papel higiênico. Tem destino melhor para aquele semanário?

Tomada a decisão, resolvi comprar um exemplar da tal revista para fazer uma experiência pessoal antes de repassar para todos de casa. Não uma nova, claro, pois não vou dar lucro aos seus donos, porém uma edição recente oferecida em um sebo. Recortei as folhas em duas partes no sentido do comprimento e coloquei junto ao vaso sanitário no banheiro. Aí pensei: vou aguardar o sinal característico do meu organismo, que todas as pessoas sabem qual é.

Passadas algumas horas, os sinais chegaram. Então, dirigi-me imediatamente à “casa de banho”, como se diz em Portugal. E cumpri ali o ritual natural, comum a todo ser humano. Depois de aliviado dos estercorais, passei a executar a minha experiência.

Qual não foi a minha surpresa? Quanto mais eu utilizava o papel higiênico improvisado mais eu me maculava. Normalmente, eu utilizo muito papel higiênico quando vou à “casinha”, e por isso insisti com as páginas da “v”eja, porém cada vez eu me maculava ainda mais. Assustado, resolvi verificar o que estava acontecendo. Olhei para as minhas mãos e notei que elas estavam sujas. Fiquei surpreso, pois eu havia tomado bastante cuidado. Olhei para os papeis dependurados ao lado, isto é, as folhas da “v”eja, e verifiquei que eles estavam impregnados da mesma substância que eu acabara de transferir para a urna sanitária.

Com o susto, me levantei rapidamente. Coloquei todo o papel higiênico “v”eja – que àquele altura já exalava um odor insuportável – em um saco de lixo com várias camadas e o levei para o depósito de lixo caseiro.

Lavei todo o banheiro com abundante água e sabão “brabo”, passei água sanitária 100% nos locais que tiveram contato com o “detrito sólido de maré baixa”, inclusive nas minhas mãos e partes, digamos, pudicas, e tomei um banho bem reforçado.

Conclusão definitiva: nem para “toilet paper” a “v”eja serve.