sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sejamos humildes, não somos o centro do Universo

E estamos aqui há pouquíssimo tempo.

Há pessoas que julgam os cientistas arrogantes, se não todos, pelo menos grande parte. Eu sei que os indivíduos que alcançam o topo do conhecimento em suas respectivas áreas de estudo – vou citar apenas cinco exemplos: os britânicos Stephen Hawking e Richard Dawkins, o americano Francis Collins e os brasileiros Marcelo Gleiser e Miguel Nicolelis – são pessoas que estão bem acima da média da inteligência dos demais mortais (média esta que, com certeza, é o meu limite, se não for muita pretensão e ousadia da minha parte admiti-lo). Talvez isso faça inchar a sua autoestima, tal qual muitos pilotos e médicos. Aqueles, porque, lá de cima, veem as pessoas aqui embaixo e por isso se sentem superiores no seu “olimpo”. Quanto a estes, talvez se julguem os “senhores” das vidas dos seus semelhantes pois muitas vezes as têm em “suas mãos”.

É possível que as características especiais dessas profissões propiciem esses egos inflamados em tais profissionais, penso cá com meus botões. Mas será isso cem por cento verdadeiro? Não. Eu tenho plena convicção de que muitos cientistas, pilotos e médicos são seres humanos que sintetizam em seu caráter o significado altruísta da palavra “humano”. Acredito, inclusive, que os cinco exemplos citados acima estão dentro dessa categoria.

Parece-me que pelo menos duas áreas da ciência dão aos seus estudiosos a verdadeira dimensão da pequenez do homem ou de sua proximidade com todos os seres vivos que habitam nosso planeta. São elas: a biologia e a astronomia.

A primeira, porque estuda a origem da vida e de todos os seres vivos e sabe que, em virtude de sua origem comum, todos estão interligados, incluindo nós humanos. Portanto não há razão para reivindicarmos a primazia dentre todos os seres vivos que habitam a Terra.

E a segunda porque perscruta o Universo e pode concluir que não ocupamos uma posição privilegiada no tempo e no espaço cósmico. Nós chegamos nos últimos segundos do dia cósmico e habitamos uma região que nada tem a ver com o que pensavam os antigos, ou seja, a Terra como centro do Universo. Orbitamos uma estrela que não é das maiores e é apenas uma dentre cerca de 200 bilhões de outras na galáxia da Via Láctea. “Nosso” Sol localiza-se aproximadamente no meio da distância entre o centro da galáxia e sua periferia, o que não é, portanto, nada especial. E a galáxia da Via Láctea é apenas mais uma entre bilhões e bilhões de outras galáxias que existem no Universo.

Habitamos um insignificante planeta chamado Terra – ainda que belo, até quando não sei, pois o homem o está destruindo –, que é apenas um grão de poeira na vasta imensidão do espaço cósmico.

E por tudo isso nada justifica nosso orgulho e o pretenso status de obra-prima de toda a criação.

Portanto, o único sentimento que deve nos inspirar é “Humildade”.

Assista ao vídeo abaixo e depois diga se eu tenho ou não razão.
http://www.youtube.com/watch?v=HRlQ1_KRCCw

Saulo Alves de Oliveira