sábado, 26 de maio de 2018

Divagações sobre a homossexualidade

Por Saulo Alves de Oliveira

Parece que a homossexualidade acompanha a humanidade há milhares de anos. Desde os tempos das cavernas, dos caçadores-coletores? O que faz uma pessoa ser ou se tornar homossexual? Sinceramente, não sei. Também não sei se alguém sabe com 100% de certeza.

Se Deus fez macho e fêmea, por que a homossexualidade acontece?

Interessante que inúmeras espécies de animais também apresentam um comportamento homossexual. Deus os fez assim ou não?

Às vezes eu me pergunto: o gay já nasce gay ou se torna gay ao longo da sua vida? Se se torna gay, o que faz alguém tornar-se gay? Como é esse processo? Quais fatores interferem no processo que vai do ainda não gay até assumir-se gay? Ser gay é opção? Em que momento da vida isso acontece? Há um momento da vida em que a pessoa diz “a partir de hoje eu sou gay”?

Por que algumas pessoas sentem atração pelo mesmo sexo? Quem ou o que possibilita ou é a causa desse processo?

Quem confessa que deixou de ser gay, deixa de sentir atração pelo mesmo sexo? Quem deixou de se relacionar com alguém do mesmo sexo, mas continua sendo atraído ou atraída pelo mesmo sexo, deixou de ser gay? Por exemplo: pessoas que, após aceitarem o Evangelho, confessam que não são mais gays, continuam sentindo atração pelo mesmo sexo? Se não, realmente é uma transformação extraordinária. Se sim, deve ser uma luta também extraordinária para vencer seus impulsos naturais. Posso chamá-los de impulsos naturais?

São perguntas que eu não sei responder. Tenho algumas hipóteses, mas não certezas.  

Eu conheci pessoas do sexo masculino, algumas evangélicas, criadas no “temor do Senhor”, como se costuma dizer no meio cristão evangélico, que desde a mais tenra idade apresentavam trejeitos femininos. Algumas, ao atingirem a idade adulta, ou ainda na juventude, assumiram-se homossexuais, outras casaram-se, tiveram filhos ou não, mas jamais perderam os trejeitos efeminados ou a delicadeza própria das mulheres. Obviamente, isso não quer dizer nem posso afirmar que eram obrigatoriamente gays. Eu não privei da intimidade das suas vidas. Alguns até já morreram. Teve um caso de um pastor conhecido do qual as notícias que me chegaram diziam respeito a um comportamento homossexual até o fim dos seus dias.    

De uma coisa eu tenho certeza: homossexualidade não tem nada a ver com o Diabo. É uma condição humana, e também de certos animais, que precisa ser bem estudada e analisada cientificamente para que se possa emitir uma opinião com segurança.

Considerando tudo isso, eu me pergunto: por que Jesus nada falou acerca do tema homossexualidade?

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Ufa! Que desastre!

Por Saulo Alves de Oliveira

Admira Trump! Apoia Malafaia! Defende a ditadura! Vota em Bolsonaro! A palavra comunismo não lhe sai da boca!

Ufa! Que desastre!

Os impropérios escritos ou verbalizados são de fato uma verdadeira antítese do “Bem-aventurados os pacificadores”.

Eu não sabia que havia tanto evangélico de extrema direita. Eu sempre soube que grande parte dos evangélicos e seus líderes são fundamentalistas de direita, mas não sabia que a situação era tão grave.

Eu estou até questionando comigo mesmo aquela história do “tantos quanto a areia da praia”. Será mesmo? Parece que o “...porventura achará fé na terra?” está tomando forma.

Mas, o que fazer? Da minha parte, apenas tentar argumentar com os mais suscetíveis à racionalidade. Todavia, cada um segue o caminho que lhe apraz.

Pena que aquela história que o Evangelho transforma, educa e induz a uma moral singular... sei não! Acho que a palavra do momento é revisão, nova leitura, novo exame.

Eu só tenho a lamentar um fato. Muitos jovens estão tendo suas cabeças feitas por líderes fanáticos, fundamentalistas e jamais chegarão à idade da razão. Perderam-se. Envelhecerão com os olhos de Paulo logo após o êxtase e não encontrarão um Ananias. 

Se seu guru lhes diz que pau é pedra, eles ou elas saem por aí todos felizes divulgando que pau é pedra. E não ousem dizer o contrário. Nas redes sociais os elogios ao guru são os maiores. Guia cego guiando cegos.

Felizmente, ainda na minha idade média eu ouvi o grito da razão e caminhei para o iluminismo. Outros, entretanto, não terão a mesma sorte. Não encontrarão um bom livro que seja seu “fiat lux” ou um bom orientador de mente arejada. Seguirão na caverna até o fim dos seus dias. De costas para a luz, as sombras nas paredes da caverna serão a sua “realidade”.
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Para o condenado não gritar, traspassaram-lhe a boca com dois ferros, um na vertical, furando-lhe a língua, e outro na horizontal, atravessando-lhe as bochechas... o infeliz herege foi amarrado sobre a fogueira... a fogueira ardia em chamas e a fumaça subia aos céus... ouviam-se apenas os gemidos de dor e os urros abafados do infeliz... e o alarido da turba embriagada com o cheiro da carne queimada e o chiado da gordura que espocava de vez em quando! Quase todos os presentes viam naquele ritual macabro a providência divina para preservar os valores da “verdadeira” religião.