quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Tudo tem a ver com o petróleo

Por Saulo Alves de Oliveira

É claro que a Venezuela não tem como se defender sozinha, por muito tempo, de um ataque do Império do Mal. Se Rússia e China resolverem entrar na briga, as coisas podem se complicar e poderemos ter, bem próximo do Brasil, num país vizinho, um indesejável conflito que não se sabe como terminará.

Todavia, se o Brasil, irresponsavelmente, resolver começar uma guerra contra a Venezuela, as coisas não serão tão fáceis como alguém pode imaginar. O Brasil deveria servir como apaziguador, negociador, mediador de uma solução pacífica para a situação da Venezuela e não como um incentivador de uma solução desestabilizadora da América do Sul.

Que saudades de um Estadista como o Lula e de um Chanceler como o Celso Amorim à frente da diplomacia brasileira, dois amantes da paz!

Ninguém pense que uma guerra contra a Venezuela será, para o Brasil, como um passeio no parque.

A força aérea daquele país dispõe de aviões de fabricação russa muito superiores aos aviões da força aérea brasileira. E também dispõe de um eficiente sistema de defesa aéreo russo chamado de S-300.

Quando começarem a chegar às casas dos brasileiros os caixões com os corpos dos seus filhos, maridos, pais, irmãos etc, literalmente estraçalhados pelas bombas, talvez os brasileiros se deem conta da irresponsabilidade que é atender aos interesses do Tio Sam ao trazer para a América do Sul os conflitos que os Estados Unidos espalham pelo mundo na sua fúria insaciável de se apoderar do petróleo das outras nações.

A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo. Não se enganem, os EUA ameaçam intervir na Venezuela não por altruísmo, mas por interesses econômicos. É o mesmo que faz com o Brasil de uma forma mais discreta, através do que se conhece como “guerra híbrida” – lembram o que é o petróleo do pré-sal e como está sendo entregue às grandes petroleiras internacionais?

Se não fosse assim os Estados Unidos não teriam a Arábia Saudita como parceiro – o maior produtor de petróleo do mundo –, uma tirania feudal em pleno século 21. A Arábia Saudita nem sequer tem uma constituição, sua constituição é o Alcorão.

Eu ouvi o seguinte comentário de um funcionário da Petrobras: “Se o Brasil não tivesse descoberto o pré-sal nada do que nós estamos vendo hoje estaria acontecendo”.

Eu suspeito que esse nada quer dizer Lava Jato, Sérgio Moro, impeachment da Dilma, prisão do Lula, eleição do Bolsonaro etc.

Tudo tem a ver com o petróleo.

sábado, 19 de janeiro de 2019

“Waterboarding” - O que é o afogamentozinho de um terrorista?

Por Saulo Alves de Oliveira

O presidente dos Estados Unidos, Sr. Donald Trump – considerado por muitos como um autêntico (sic) cristão –, que nesta Terra da Santa Cruz serve de inspiração para vários crentes e é tão decantado por diversos pastores evangélicos brasileiros, inclusive da grande Natal e cercanias, defende uma técnica de tortura conhecida, em inglês, como "waterboarding".


(Por que será que há tanto ódio no mundo – especialmente no terceiro mundo – aos Estados Unidos? Será inveja da sua grandeza econômica, tecnológica, científica ou da sua supremacia militar? Ou haveria uma outra explicação?)  

“O waterboarding é uma técnica de interrogatório que simula a sensação de afogamento. A pessoa é amarrada a uma cadeira [com o encosto no chão] ou prancha inclinada, com a cabeça para baixo e um pedaço de pano dentro da boca. O interrogador despeja água no rosto dela e a sensação é de que os pulmões estão se enchendo de água.” (1) 

“Na entrevista à ABC News, Trump disse que queria ‘manter o país seguro’. — Perguntei a pessoas do mais alto escalão dos serviços de inteligência: 'Funciona? A tortura funciona?' E a resposta foi: 'Sim, com certeza'." (1) 

Todavia isso é quase nada diante de outras histórias chocantes do tempo do V.T. Israel, não cristão, mas também um servo do verdadeiro Deus, trucidava homens, mulheres, velhos, crianças, inclusive de peito, e animais nas suas guerras de conquista. Hoje, entretanto, ao lerem a Bíblia, parece que nada chama atenção de muitas pessoas quando se deparam com aquelas histórias repletas de tanta violência e crueldade. Eu confesso-lhes que ao lê-las ou relembrá-las sempre sou tomado por um certo desconforto espiritual.
 
Percebe-se também que, por serem histórias bíblicas, cuja violência foi ordenada por Deus e executada por Israel, tudo se justifica e, portanto, muitos crentes se tornam insensíveis a tanto derramamento de sangue. Aliás, é usual apresentarem um arsenal teológica de explicações para justificar tais crimes bárbaros. Eu fico imaginando: se os personagens dessas histórias fossem outros, o que tais pessoas diriam?

Portanto, diante de tudo isso, o que é um afogamentozinho de um terrorista, não é mesmo? 

Ah, desculpem. Eu tinha esquecido algo muito importante. O senhor Trump ama e abençoa Israel. Então está tudo bem. Se ama e abençoa Israel, não importa o caráter moral do desequilibrado, que poderá levar o mundo a uma hecatombe nuclear. Mas aí também não tem problema algum. Ele estará apenas dando cumprimento às profecias bíblicas.

Sendo assim, muitos crentes vibrarão de alegria quando virem o cogumelo nuclear subir até a atmosfera, matando milhões e milhões de seres humanos sobre a Terra. Também nenhum crente estará entre os milhões incinerados instantaneamente! O que você acha? Somente os ímpios serão transformados em vapor escaldante. Certamente os salvos, os escolhidos, verão as imagens apenas pela TV e darão muitas glórias a Deus pelo cumprimento das Escrituras. Quem sabe verão a destruição da Terra de longe, lá do alto, subindo aos céus. Não é algo que deve causar uma enorme satisfação? Contudo, eu não penso assim. E você?

Voltando ao "waterboarding". Deve ser por isso que o presidente em exercício do Brasil se identifica tanto com o Sr. Trump e parece querer subordinar os interesses da nossa Pátria aos interesses dos Estados Unidos. E coincidentemente ambos apoiam a tortura. “Eu sou favorável a tortura. Tu sabes disso”. Você sabe quem fez essa afirmação!

Ah, o nosso presidente em exercício também ama e abençoa Israel. Então essa questão da tortura não tem a menor importância, muito menos o sacrifício que os trabalhadores sofrerão em seu governo. Ele vai até transferir a embaixada do Brasil para Jerusalém, numa afronta direta aos palestinos e ao povo árabe. Então está tudo bem. Tudo é perdoado.

Um conhecido pastor disse assim: “Bolsonaro é ‘instrumento de Deus’ para a mudança de rumos do País!” Um outro, por incrível que pareça, afirmou: “Bolsonaro Presidente, pela volta ao Prumo da Verdade de Deus”. Na realidade, não há nem motivo para perdão, porquanto ele está fazendo o que é certo. Você concorda? Quanto às afirmações dos pastores, me são motivo de vergonha.

Detalhe: trabalhador tem mesmo é que perder seus direitos trabalhistas e se aproximar do trabalho informal, pois como disse o capitão: “O trabalhador terá que escolher entre mais direito e menos emprego, ou menos direito e mais emprego”.

(1) https://www.bbc.com/portuguese/internacional-38755507