domingo, 29 de janeiro de 2023

Apenas uma réstia do Estado Laico

Por Saulo Alves de Oliveira

"Ninguém pode ser julgado ou condenado segundo os ditames de um livro sagrado, seja ele a Bíblia, o Alcorão, a Torá ou qualquer outro livro sagrado. Por isso eu defendo com veemência o Estado Laico. Sou a favor da total e explícita separação entre Igreja e Estado. Culto ou missa se faz nos templos ou nas residências, não nas repartições ou escolas do Estado. Símbolos religiosos se mantêm nos templos ou nas residências e não nas dependências do Estado."

Se um presidente católico levasse para o principal salão do Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente da República do Brasil, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e efetuasse periodicamente reuniões de invocação e de orações à referida imagem com o intuito de obter orientação para governar o país, tudo bem para você, evangélico?

Se um presidente umbandista levasse para sua sala de trabalho no Palácio do Planalto um grupo de seus irmãos de fé para efetuarem ‘entregas’ ou ‘oferendas’ aos orixás ou seus guias espirituais com o objetivo de receber dos orixás e guias espirituais inspiração para definir as melhores soluções para os grandes problemas nacionais, tudo bem para você, evangélico?

Se um presidente espírita realizasse, no mesmo local, sessões mediúnicas a fim de invocar e fazer contato com os espíritos dos mortos e destes receber mensagens de orientação para melhor governar o Brasil, tudo bem para você, evangélico?

Na realidade, o Estado Laico não privilegia nem discrimina qualquer crença ou fé - ou a falta desta -, respeita e protege todas as práticas religiosas, desde que estas não agridam as outras religiões nem imponham aos seus fiéis práticas condenáveis do ponto de vista ético, moral e pessoal, incluindo-se aí insinuações, diretas ou ardilosas, para entrega de recursos materiais e financeiros - às vezes de todos os bens materiais -, sob o argumento de que só assim se obtém de Deus o beneplácito sob a forma de retorno de mesma ordem muitas vezes superior às doações efetuadas.

No entanto, o Palácio do Planalto não é local de práticas religiosas de quaisquer cores de fé ou crença, inclusive evangélica ou protestante.

Se o presidente faz suas práticas ou súplicas religiosas em seu próprio quarto ou em outros ambientes privativos da residência oficial, nada a opor, até porque não seria do conhecimento público.

Todavia, quer praticar a sua religião abertamente? É um direito de todos. Quer agradecer a Deus ou buscar inspiração em qualquer outra entidade espiritual? Vá a um templo, a uma sinagoga, a uma mesquita, a um centro espírita, etc. e lá exerça o seu direito e sua devoção.

Sinceramente, não sei porque o entendimento desses aspectos da vida em sociedade é tão difícil para algumas pessoas, se é o melhor para todos, crentes ou céticos, posto que não privilegia ou favorece, tampouco deprecia, estes ou aqueles. Talvez haja uma explicação: fanatismo ou fundamentalismo.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Responder ou não ao tolo?

Por Saulo Alves de Oliveira

Meus amigos, não deem atenção às provocações dos tolos. Evidentemente, tolo aqui é um eufemismo.

Observem o que diz Provérbios 26:

"O açoite é para o cavalo, o freio é para o jumento, e a vara é para as costas dos tolos. Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele."

Ou então, se tiver como:

"Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos."

Provérbios 26:3-5