sábado, 2 de março de 2013

Viajantes dos céus

“Mensageiros”, quem sabe, para alguns.

Como diz um certo ditado, mais ou menos popular: me inclua fora dessa.

No dia 15 de fevereiro passado um meteoro proporcionou um grande espetáculo – ao mesmo tempo belo e assustador – ao cruzar os céus da Rússia, mais precisamente na cidade de Chelyabinsk, na região dos montes Urais. O objeto entrou em combustão devido ao forte atrito com o ar atmosférico e provocou um enorme clarão. Segundo a agência espacial americana Nasa, o meteoro tinha cerca de 17 metros de diâmetro e deveria pesar cerca de 10 mil toneladas quando entrou na atmosfera da Terra a uma velocidade de 64 mil quilômetros por hora.

No mesmo dia, um asteroide com cerca de 45 metros de diâmetro, pesando aproximadamente 130 mil toneladas, passou perto da Terra. Segundo as agências espaciais, o objeto passou a cerca de 27 mil quilômetros do nosso planeta, distância muito menor do que a distância que separa a “nossa” Lua da Terra, ou seja, 380 mil quilômetros. Em sua visita, o “viajante dos céus” esteve mais próximo do que muitos satélites artificiais, de comunicações, que orbitam a Terra a 35 mil quilômetros.

O asteroide foi descoberto em fevereiro de 2012 por astrônomos do observatório espacial de Sagra, na Espanha, e cumpriu exatamente a trajetória prevista pelos cientistas. Já o meteoro, por ser muito pequeno, não foi detectado previamente. Chegou de surpresa, causando um susto enorme e muitos prejuízos materiais, e, o pior,  deixando mais de 1200 feridos.

-- Meteorito encontrado em 1784 no município de Monte Santo, sertão da Bahia - Peso: pouco mais de 5 toneladas --
















                                                                                                                                                   Entretanto, qual a diferença entre asteroide e meteoro?

O que é um meteorito?

O que é um cometa?

Talvez algumas pessoas ainda não saibam qual a diferença entre esses objetos celestes. Portanto, tentarei apresentar uma breve explicação do que são esses “viajantes dos céus”. Dirijo-me, obviamente, aos leigos e não aos especialistas ou pessoas com mediano conhecimento de astronomia.

Cometas  

São objetos celestes feitos, principalmente, de gelo e quantidades menores de material rochoso e orgânico.[1]

Os cometas também orbitam o Sol, mas têm órbitas muito maiores do que as dos asteroides. Alguns têm órbitas regulares, mas outros são vistos apenas uma vez.[3]

Quando aquecidos, ao se aproximarem do Sol, o gelo se evapora, formando as longas e encantadoras caudas sopradas para o exterior pelo vento solar e pela pressão da luz solar.[1]

Portanto, os cometas são “bolas de gelo sujo”, com tamanhos que não devem exceder algumas dezenas de quilômetros, que evaporam ao se aproximarem do Sol.[2]

Um dos cometas mais famosos é o Halley. Ele foi identificado como cometa periódico em 1696 por Edmond Halley. Aproximadamente a cada 76 anos, o cometa Halley cumpre uma volta em torno do Sol.[3]

O primeiro registro de sua aparição data de 240 a.C. 

A última visita ocorreu em 1986 e sua próxima aparição está prevista para 29 de julho de 2061.[3]  

Asteroides

São objetos rochosos ou metálicos, alguns são ricos em matéria orgânica. Nenhum tem mais que mil quilômetros de extensão. São encontrados, principalmente, entre as órbitas de Marte e Júpiter, numa região conhecida como Cinturão de Asteroides. São destroços que a gravidade de Júpiter impediu que se juntassem para formar um novo planeta por ocasião da formação do sistema solar.[1]

Os asteroides do cinturão ficam geralmente em casa. Entretanto, as órbitas de muitos deles cruzam a da Terra. E, mais cedo ou mais tarde, devem atingir a Terra – o que terá consequências devastadoras.[1]

Talvez o asteroide mais comentado pela ciência seja o que atingiu a Terra há 65 mihões de anos, que teria sido o responsável pelo desaparecimento dos dinossauros, animais  que dominaram o planeta durante cerca de 160 milhões de anos.

Segundo os cientistas, o asteroide tinha cerca de 10 quilômetros de diâmetro e atingiu a Terra na península de Yucatán, no hoje México. A avassaladora força de destruição do impacto foi equivalente a um milhão de vezes a energia de qualquer bomba atômica testada.[4]
 
Meteoros

São pequenos pedaços de rocha ou de metal, com alguns metros de diâmetro, que penetram na atmosfera da Terra a grandes velocidades e se desintegram totalmente ao entrar em combustão devido ao forte atrito com o ar. Os meteoros são aqueles objetos celestes popularmente conhecidos como “estrelas cadentes”, pois deixam um rastro luminoso ao se deslocarem, em chamas, no céu.    

Meteoritos

Quando um meteoro não se desintegra totalmente e seus pedaços atingem o solo, dá-se a esses pedaços o nome de meteoritos.

Pois é, meus amigos, esses são os “viajantes dos céus”, alguns deles com um potencial de destruição enorme, capaz de aniquilar a vida em nosso querido planeta e, quem sabe, destruir a própria Terra, o único lar que conhecemos neste vasto Universo.   

Saulo Alves de Oliveira

Referências:
[1] Carl Sagan, Pálido Ponto Azul
[2] http://www.1minutoastronomia.org/07.html                   
[3] http://noticias.terra.com.br/educacao/voce-sabia/qual-a-diferenca-entre-asteroide-cometa-meteoro-e-meteorito,c008c087e60ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
[4] http://www.estadao.com.br/noticias/geral,meteoro-extinguiu-mesmo-dinossauros-diz-maior-estudo-sobre-o-tema,519614,0.htm