terça-feira, 22 de abril de 2014

Espetáculo chocante e deprimente nas Crônicas

Às vezes alguma coisa me faz lembrar uma história bíblica específica. Então vou à Bíblia e a releio. Todavia há relatos que me prendem e, portanto, não consigo seguir adiante. Fico como os bovídeos, remoendo, remoendo e remoendo. Só que com uma diferença: não consigo deglutir.

Uma dessas histórias é a da consagração do templo, a casa do Senhor, edificado pelo rei Salomão, que se encontra no segundo livro das Crônicas 7.1-10. E a parte que incha na boca e se transforma numa massa amarga e dura que, por mais mastigada que seja, não consegue passar pela goela é o versículo 5. 

Para dizer a verdade, eu nunca me conformei com as respostas para as matanças de animais no Velho Testamento.

Na consagração do templo, Salomão sacrificou, em apenas sete dias, 22.000 bois e 120.000 ovelhas. Mesmo que tenham sido quatorze dias, “...pois haviam celebrado por sete dias a dedicação do altar, e por sete dias a festa”, ainda assim atingiram a terrível e chocante marca de mais de dez mil animais por dia ou sete animais mortos a cada minuto!

Quando ainda muito jovem, eu fui a um matadouro e sei como é deprimente o espetáculo da matança de animais. Por conseguinte, jamais quero repetir a experiência. 

Antes eu lia tal passagem e não tinha muita dificuldade para digeri-la. Hoje, não. Não vejo justificativa alguma razoável para isso. Não vejo justificativa alguma para essa sede insaciável de sangue. Considerando o Deus transcendental, insondável, não vejo sentido algum em sua satisfação com o “cheiro suave” de animais queimados. Assim, sou tentado a pensar que há algo desconexo nessa história ou, como se diz popularmente, alguma coisa não bate.

Sob o ponto de vista do Deus onipotente, há algo ainda mais grave e de justificativas que nada justificam: a matança ou extermínio de seres humanos – homens, mulheres, velhos, crianças inocentes – e animais, também inocentes, ordenadas por Jeová através de ou executadas por homens como Moisés – o manso!, é isso mesmo que vocês leram, o manso – e outros. Ele, o Senhor, poderia ter sido seletivo com os maus.

Não dá mesmo para assimilar. Por mais que eu tente, vira uma bucha na boca e não desliza pela garganta. 

Tais histórias me afligem e me são profundamente desconfortáveis, pois me levam a reflexões profundamente sérias. Tais reflexões têm implicações ainda mais sérias, posto que me levam a conclusões que reluto em aceitar, e que ficam guardadas em um cofre no mais íntimo da minha alma, do qual só eu tenho a chave.    

Quanto a você, nada posso dizer. Talvez não veja nada demais ou nunca parou para pensar ou simplesmente isso lhe é indiferente. Quem sabe encontre uma resposta que lhe satisfaça!

Saulo Alves de Oliveira

sábado, 12 de abril de 2014

Mentiras? Não. Fatos? Sim

Não aos boatos mentirosos; sim aos fatos comprovados.

Qualquer pessoa tem todo o direito de se manifestar contrariamente aos governos cubano, venezuelano e, obviamente, ao brasileiro, este último sob a administração do Partido dos Trabalhadores. Também tenho minhas reservas em relação a todos eles.

Qualquer pessoa tem todo o direito de ser contrária ao programa Mais Médicos, ao Bolsa Família, ao Lula, à Dilma, ao PT, etc.

Não é isso que estou questionando. Cada um deve agir política e ideologicamente de acordo com seus princípios, convicções e sua consciência.

Qualquer pessoa tem todo o direito de fazer campanha para que as outras pessoas não votem na Dilma ou em qualquer outro candidato do PT, pelos mais diversos motivos.

Eu também tenho todo o direito de não desejar a volta do PSDB, e muito menos dos Democratas, ao poder. Se depender de mim, isso jamais acontecerá. Não quero no Brasil, o meu País, um governo entreguista nem subserviente aos EUA.

Mas não tenho o direito de divulgar notícias não verdadeiras que denigrem a imagem de qualquer pessoa ou instituição, como, por exemplo, os Srs. Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves ou mesmo o nosso conterrâneo José Agripino Maia. 

Lamentável e vergonhosamente isso é frequente na internet.

Há meses, um pastor – vejam vocês, um pastor! –, que eu sei que muitos conhecem, divulgou uma capa falsa de uma revista com uma notícia forjada acerca de um político brasileiro. Qual era a sua intenção?

Também há alguns meses vários evangélicos divulgaram e compartilharam uma notícia falsa acerca do Deputado Jean Wyllys. A notícia dizia que ele, em entrevista à radio CBN, teria feito afirmações execráveis sobre a pedofilia. A própria CBN desmentiu a notícia. No entanto a informação se espalhou e muitos incautos certamente acreditaram, pois a compartilharam, compartilharam e compartilharam. Ninguém é obrigado a concordar com a moral ou com os princípios defendidos pelo Sr. Jean Wyllys, todavia ninguém tem o direito de difamá-lo. Querem combatê-lo? Tudo bem. Combatam com a verdade!

Eu, por exemplo, não tenho nenhuma simpatia por algumas posições políticas ou religiosas dos Srs. Silas Malafaia, Marcos Feliciano, Edir Macedo, Valdemiro Santiago, RR Soares e muitos outros, porém não tenho o direito de divulgar nem sequer uma notícia falsa acerca de qualquer um deles. Isso é um princípio moral fundamental de quem vive em uma sociedade que se pretende educada ou civilizada.

No tocante a isso, eu defendo o Sr. Silas Malafaia e os outros tanto quanto o Sr. Jean Wyllys.

Esta é a grande questão. Não é só bom conferir, como sugeriu um pastor bem conhecido na região. É minha obrigação como cidadão checar se uma notícia que denigre a imagem de alguém ou de uma instituição é verdadeira ou não antes de divulgá-la. Qual site a divulgou? É um site sério? É feito por pessoas responsáveis? Eu mesmo ouvi a pessoa dizer aquilo? Qual o interesse de quem a divulgou?

Acho que muitos conhecem bem a história dos pequenos pedaços de algodão ou das penas jogadas ao vento do alto de um edifício, não é? Alguém pode reuni-las todas novamente?

A notícia é compartilhada por várias pessoas, com ou sem má fé. Quanto a esta última alternativa, tenho lá minhas dúvidas. Quem sabe mesmo quantos mais a compartilharam! O estrago já está feito e não tem como voltar atrás.

Se tal atitude procede de pessoas com baixo nível moral e sem formação intelectual consistente, de má índole, não é surpresa alguma. Porém, se procede de alguém com boa educação, caráter inquestionável, boa formação profissional, intelectual e espiritual, confesso-lhes que para mim é profundamente decepcionante e me deixa muito triste mesmo. É que não espero tal comportamento dessas pessoas.

Acho também que não preciso apresentar argumentações bíblicas para embasar meu entendimento, pois sei que muitos conhecem a Bíblia bem melhor do que eu, e isso é bíblico. E ainda que não fosse, esses são aspectos morais ou éticos que eu defendo independentemente de estar ou não na Bíblia.

Para concluir, e para ser coerente, quero registrar o seguinte: se algum dia, no Facebook, no meu blog, ou em qualquer outra circunstância vocês tomarem conhecimento de que eu divulguei uma informação falsa acerca de quem quer que seja, por favor chamem a minha atenção, mostrem-me que estou errado e eu de imediato farei a devida correção.

Saulo Alves de Oliveira

domingo, 6 de abril de 2014

Sem meu Pai

No dia dezenove de março passado completei mais uma volta ao redor da esplendorosa estrela que “nasce” todas as manhãs e se “vai” ao final do dia num espetacular crepúsculo.

Mais uma volta que se acrescentou às outras cinquenta e sete já completadas.

Foi o meu primeiro aniversário sem Sebastião Alves, meu velho e querido Pai.

Por que a vida tem de ser assim?

Por que as pessoas que nós amamos vão embora e não voltam nunca mais?

Nesse mesmo dia, ano passado, ele esteve aqui na minha casa, disse o tradicional “meus parabéns meu filho”, me deu um abraço e um beijo, e uma pequena lembrança.

Depois, nos sentamos na varanda e conversamos alegremente.

Ele nos contou coisas que nunca havia falado antes.

Foi a última vez que me visitou.

Nunca mais meu velho e querido Pai me dirá “meus parabéns meu filho”.

Jamais o verei sentado na varanda da minha casa.

Será que não era suficiente Maria Carlos, minha Mãe, ter ido embora em 2006?

O que me resta?

A saudade.

E conformar-me, pois esta é a vida real.

Saulo Alves de Oliveira