segunda-feira, 7 de maio de 2018

Ufa! Que desastre!

Por Saulo Alves de Oliveira

Admira Trump! Apoia Malafaia! Defende a ditadura! Vota em Bolsonaro! A palavra comunismo não lhe sai da boca!

Ufa! Que desastre!

Os impropérios escritos ou verbalizados são de fato uma verdadeira antítese do “Bem-aventurados os pacificadores”.

Eu não sabia que havia tanto evangélico de extrema direita. Eu sempre soube que grande parte dos evangélicos e seus líderes são fundamentalistas de direita, mas não sabia que a situação era tão grave.

Eu estou até questionando comigo mesmo aquela história do “tantos quanto a areia da praia”. Será mesmo? Parece que o “...porventura achará fé na terra?” está tomando forma.

Mas, o que fazer? Da minha parte, apenas tentar argumentar com os mais suscetíveis à racionalidade. Todavia, cada um segue o caminho que lhe apraz.

Pena que aquela história que o Evangelho transforma, educa e induz a uma moral singular... sei não! Acho que a palavra do momento é revisão, nova leitura, novo exame.

Eu só tenho a lamentar um fato. Muitos jovens estão tendo suas cabeças feitas por líderes fanáticos, fundamentalistas e jamais chegarão à idade da razão. Perderam-se. Envelhecerão com os olhos de Paulo logo após o êxtase e não encontrarão um Ananias. 

Se seu guru lhes diz que pau é pedra, eles ou elas saem por aí todos felizes divulgando que pau é pedra. E não ousem dizer o contrário. Nas redes sociais os elogios ao guru são os maiores. Guia cego guiando cegos.

Felizmente, ainda na minha idade média eu ouvi o grito da razão e caminhei para o iluminismo. Outros, entretanto, não terão a mesma sorte. Não encontrarão um bom livro que seja seu “fiat lux” ou um bom orientador de mente arejada. Seguirão na caverna até o fim dos seus dias. De costas para a luz, as sombras nas paredes da caverna serão a sua “realidade”.
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Para o condenado não gritar, traspassaram-lhe a boca com dois ferros, um na vertical, furando-lhe a língua, e outro na horizontal, atravessando-lhe as bochechas... o infeliz herege foi amarrado sobre a fogueira... a fogueira ardia em chamas e a fumaça subia aos céus... ouviam-se apenas os gemidos de dor e os urros abafados do infeliz... e o alarido da turba embriagada com o cheiro da carne queimada e o chiado da gordura que espocava de vez em quando! Quase todos os presentes viam naquele ritual macabro a providência divina para preservar os valores da “verdadeira” religião.