Parece-me que algumas pessoas confundem
otimismo com fantasia ou realidade com pessimismo.
É evidente, conviver com pessoas pessimistas, que só veem o lado negativo das coisas e que pensam que tudo vai dar errado, é extremamente desagradável. Mas estar ao lado de alguém dominado por ideias místicas, que vive fora da realidade e que não observa que coisas boas e coisas más acontecem a todos, independentemente de suas crenças ou sua fé, também é extremamente desagradável.
É evidente, conviver com pessoas pessimistas, que só veem o lado negativo das coisas e que pensam que tudo vai dar errado, é extremamente desagradável. Mas estar ao lado de alguém dominado por ideias místicas, que vive fora da realidade e que não observa que coisas boas e coisas más acontecem a todos, independentemente de suas crenças ou sua fé, também é extremamente desagradável.
É bom conviver com pessoas de bem
com a vida, que nos colocam pra cima, que nos estimulam a lutar e a vencer.
Certamente, estar de bem com a vida é ser otimista porém também é vê-la com
realismo, sem fantasias, muitas vezes proporcionadas pela própria religião.
Se alguém se conforta com frases
consoladoras irreais, ou com profecias genéricas, jogadas sem direção, do tipo
“Tua vitória está próxima”, que vale pra qualquer pessoa e em qualquer
situação, é uma escolha pessoal e não me cabe julgar. Só posso dizer que para
mim isso e nada é a mesma coisa.
Na realidade, eu prefiro uma
verdade dura do que uma fantasia consoladora.
“Tua vitória está próxima”. Qual
vitória? Quando acontecerá?
Quando se atira várias vezes às
cegas, é provável que em algum momento alguém será atingido. “Tua vitória está próxima” lançada aos quatro
ventos certamente coincidirá, em algum momento, com a cura ou com a solução do
problema de algumas pessoas, e estas, se forem místicas, dadas a uma devoção
religiosa irracional, tomarão tal fato como cumprimento daquela palavra.
Entretanto, aquilo aconteceria de qualquer forma. Trata-se apenas de uma simples
coincidência.
Voltando à questão do otimismo
versus fantasia e realidade versus pessimismo, vou tentar ser mais claro com um
exemplo bem simples.
Imaginem as seguintes situações:
1) Alguém vai fazer um concurso.
Para isso, tal pessoa se dedica totalmente aos estudos, dia e noite e nos
finais de semana. Abdica, inclusive, de certas diversões durante esse tempo.
Folga?, só o suficiente para não ficar deprimida. Na véspera do concurso, essa
pessoa está nervosa e insegura quanto ao seu desempenho e ao resultado das
provas, o que é normal. Um amigo, para incentivá-la, diz-lhe que não se
preocupe pois ela está bem preparada para enfrentar aquelas provas e que é um
forte candidato a ser aprovado na disputa. Diz-lhe ainda que ela está em pé de
igualdade com todos os outros ou até em melhores condições devido o seu empenho
e que tem todas as condições de sair-se vencedora. E diz mais: “Confie na sua
capacidade e no seu esforço”.
2) Alguém vai fazer um concurso.
Entretanto, tal pessoa não dá a mínima atenção aos estudos. Só quer divertir-se
dia e noite e nos finais de semana. Suponhamos mesmo que, sendo um crente, vá
todos os dias à igreja, à noite, e, nos finais de semana, passe o sábado e o
domingo na igreja (ensaios, círculo de oração, escola dominical, reuniões,
culto, ou missa, se católico, etc.). Na véspera do concurso, essa pessoa está
nervosa e insegura quanto ao seu desempenho e ao resultado das provas. Um
amigo, para incentivá-la, diz-lhe que não se preocupe pois “O Senhor está com
você” e “Ele dará ordem aos seus anjos para que te segure nas mãos para que
você não tropece”, ou ainda “Tua vitória já está decretada”.
Pergunto:
- Qual dos dois amigos é o
otimista e qual é o fantasioso?
- Qual é o realista?
Sejamos, portanto, todos otimistas
mas sempre com os pés no chão.
Fantasias? Deixemos para as crianças.
Quanto ao pessimismo, vou dizer como diz minha netinha de 6 anos quando lhe proponho algo que ela não gosta: nem pensar.
Fantasias? Deixemos para as crianças.
Quanto ao pessimismo, vou dizer como diz minha netinha de 6 anos quando lhe proponho algo que ela não gosta: nem pensar.
Saulo Alves de Oliveira
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