sábado, 16 de junho de 2012

Voyager 1 chega à fronteira do Sistema Solar

Foto da nave espacial Voyager



























As naves Voyager 1 e Voyager 2 são duas sondas espaciais lançadas pela NASA em setembro e  agosto de 1977, respectivamente. Assim como fizeram os grandes navegadores do passado, que viajaram pelos oceanos desconhecidos para descobrir e conhecer novas terras, elas foram enviadas para perscrutar e explorar o sistema solar.

Segundo notícia de “O Globo Ciência”, a Voyager 1 chega à fronteira do sistema solar,  a cerca de 17,8 bilhões de quilômetros, isto é, está prestes a entrar no espaço interestelar. Leia a notícia no link abaixo.

Cada Voyager leva em seu interior um disco com informações acerca da Terra e de nós, seus habitantes. Quem sabe, num futuro distante, seres de outras partes do Universo os localizem e descubram que, em um pequenino e remoto planeta chamado Terra, alguns seres alienígenas, para eles, tentaram fazer contato!

Acerca desses discos, veja abaixo o que escreveu Carl Sagan, em seu livro “Pálido ponto azul”. Sagan foi o chefe da equipe da NASA que selecionou o conteúdo dos discos.
"Não sabemos se há outras civilizações de navegantes do espaço na Via Láctea [nossa galáxia]. Se houver, não sabemos quantos são, nem muito menos onde se encontram. Mas há pelo menos uma possibilidade de que, num futuro remoto, uma das Voyager venha a ser interceptada e examinada por uma nave alienígena.

Por isso, ao deixar a Terra rumo aos planetas e às estrelas, cada Voyager levou um disco fonográfico de ouro num invólucro dourado e espelhado contendo, entre outras coisas: saudações em 59 línguas humanas e uma em língua de baleia; um ensaio sonoro de doze minutos que inclui um beijo, choro de bebê e o registro eletrencefalográfico das meditações de uma jovem mulher apaixonada; 116 imagens codificadas sobre nossa ciência, nossa civilização e nós mesmos; e noventa minutos dos maiores sucessos musicais da Terra – orientais e ocidentais, clássicos e populares (...), Bach, Beethoven, Mozart, Stravinsky, Louis Armstrong, Blind Willie Johnson e “Johnny B. Goode”, de Chuck Berry.

(...) As instruções nos invólucros dos discos, escritas no que acreditamos ser hieróglifos científicos facilmente compreensíveis, somente serão lidas, e o conteúdo dos discos compreendido, se alienígenas, em algum lugar num futuro distante, descobrirem as Voyager nas profundezas do espaço interestelar.

(...) Não temos como saber quanto dos discos eles compreenderiam. As saudações seriam incompreensíveis, mas sua intenção talvez não. (...) A Voyager é em si uma mensagem. Por sua intenção exploratória, pela ambição grandiosa de seus objetivos, por sua total falta de intenção agressiva e o brilhantismo de seu projeto e desempenho, esses robôs falam eloquentemente por nós.

Como cientistas e engenheiros muito mais avançados que nós – senão jamais encontrariam e recuperariam a pequena e silenciosa nave no espaço interestelar –, os alienígenas talvez não tenham dificuldade em compreender o que está codificado nesses discos dourados. Talvez reconheçam o caráter experimental de nossa sociedade, a falta de correspondência entre nossa tecnologia e nossa sabedoria. Talvez se perguntem se já não nos destruímos desde o lançamento da Voyager, ou se fomos adiante em busca de maiores realizações.

Talvez os discos nunca sejam interceptados. Talvez ninguém os encontre em 5 bilhões de anos. Cinco bilhões de anos é muito tempo. Em 5 bilhões de anos, os seres humanos estarão extintos ou serão seres diferentes pela evolução; não haverá mais nenhum de nossos artefatos sobre a Terra; os continentes terão sido alterados ou destruídos; e a evolução do Sol terá calcinado a Terra ou reduzido nosso planeta a um redemoinho de átomos.

Longe de casa, imunes a esses acontecimentos remotos, as Voyager, levando lembranças de um mundo que já não existe, seguirão seu rumo."
Saulo Alves de Oliveira

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