domingo, 24 de julho de 2011

O cavalo que sabia fazer cálculos

Como é fácil enganar pessoas crédulas. Leia a história abaixo e depois diga se concorda ou não comigo.
“Embora a ficção científica esteja cheia de contos fantásticos falando de telepatas, a realidade é muito mais terrena. Como os pensamentos são privados e invisíveis, há séculos charlatães e vigaristas tiram vantagem dos ingênuos e crédulos. Um truque de salão simples usado por mágicos e adivinhos é a presença de um cúmplice na plateia cuja mente é então “lida” pelo adivinho”.

Ver observação abaixo (*)
“Um dos mais famosos casos de telepatia não envolvia um cúmplice, mas um animal, Clever Hans (João Esperto, digamos), um cavalo milagroso, que surpreendia as plateias europeias na década de 1890. Clever Hans, para o espanto das plateias, fazia cálculos matemáticos complexos. Se, por exemplo, você pedisse a Clever Hans para dividir 48 por 6, o cavalo batia com o casco oito vezes. Clever Hans dividia, multiplicava, somava frações, soletrava palavras e até identificava notas musicais. Os fãs de Clever Hans declaravam que ele era mais inteligente do que muitos humanos, ou então que podia sondar telepaticamente o cérebro das pessoas. 

Mas Clever Hans não era produto de um truque esperto. A maravilhosa habilidade de Clever Hans para a aritmética enganou até o seu treinador. Em 1904, o proeminente psicólogo Professor C. Strumpf foi chamado para analisar o cavalo e não conseguiu encontrar nenhuma evidência óbvia de truque ou disfarce, o que só fez aumentar o fascínio do público pelo animal. Três anos depois, entretanto, o psicólogo Oskar Pfungst, aluno de Strumpf, fez um teste mais rigoroso e finalmente descobriu o segredo de Clever Hans. Tudo que ele fazia realmente era observar as expressões sutis no rosto do seu treinador. O cavalo continuava a bater os cascos até que a expressão facial do seu  treinador mudasse ligeiramente, e neste momento ele parava de bater. Clever Hans não sabia ler a mente das pessoas ou fazer operações aritméticas; ele era apenas um sagaz observador do rosto das pessoas.”

(Do livro “Física do Impossível”, do cientista Michio Kaku) 
(*) Esta imagem não faz parte do livro, mas é uma foto de Clever Hans com o seu treinador, o alemão Wilhelm von Osten  

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