Por Saulo Alves de Oliveira
No
dia 6 de agosto de 1945, portanto há 72 anos, os Estados Unidos lançaram uma
bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima. Três dias depois, em 9 de
agosto, o governo dos Estados Unidos reincidiu no mesmo crime: lançou outra bomba
atômica sobre o Japão. Desta feita, o alvo foi a cidade japonesa de Nagasaki.
Milhares de seres humanos morreram instantaneamente e, nos dias que se seguiram
aos lançamentos, dezenas de milhares também morreram.
Seres
humanos que acreditavam no "Príncipe da Paz" – Harry Truman,
presidente dos Estados Unidos, era um cristão batista – jogaram as duas primeiras,
e até agora únicas, bombas atômicas sobre duas cidades repletas de outros seres
humanos, seus semelhantes. Há cálculos que estimam o número de mortos entre 200
mil e 250 mil pessoas.
É
uma ironia ou não?
Servos
do “Príncipe da Paz”, aquele famoso pregador que disse “Amarás ao teu próximo
como a ti mesmo”, fizeram muitas pessoas evaporarem, literalmente, em um instante, sob o intenso calor provocado pelas
explosões dos artefatos atômicos. Milhares de moradores foram carbonizados. De
outros, os olhos lhes saltaram das órbitas e as carnes derreteram sobre seus ossos.
Nos anos seguintes, milhares que não estavam no centro das explosões morreram
de câncer provocado pela radiação nuclear. Realmente foram ações dignas de
filhos da luz (sic). Esperem um pouco! Da luz ou das trevas? Somente os filhos
de Satã são capazes de perpetrar crimes tão infames.
Há
quem tenta minimizar os crimes cometidos pelo exército do Tio Sam afirmando que
“os Estados Unidos estavam no seu canto e foram agredidos sem razão pelos
japoneses, que bombardearam de surpresa a base norte-americana de Pearl Harbor”.
No ataque japonês cerca de 2.403 pessoas foram mortas e 1.178 ficaram feridas.
Pergunto
a você: se o Brasil fosse agredido pela Argentina ou Venezuela, por exemplo,
você apoiaria que o governo brasileiro – se o nosso país tivesse armas atômicas
ou nucleares – lançasse uma bomba no centro de Buenos Aires ou Caracas?
(É
uma pena que alguns maus brasileiros, canalhas mesmo, sabe-se lá com qual
intenção, que governaram o Brasil há alguns anos, fizeram o nosso País abrir mão
da tecnologia das armas nucleares. Não que devêssemos possuí-las para agredir
outros países, mas para dissuadir qualquer tentativa de invasão do nosso território
por qualquer potência militar com o intuito de se apoderar das nossas riquezas
naturais, especialmente no que tange ao comportamento covarde dos Estrados
Unidos que são useiros e vezeiros na arte de agredir ou invadir países que não
podem se defender frente à sua poderosíssima máquina de guerra.)
Confesso-lhes
que me assusta o fato de alguns que se dizem cristãos (sic) não qualificarem os
atos cometidos pelo governo norte-americano no final da 2ª Guerra Mundial como crimes
hediondos. Sinceramente, não sei porque isso ainda me surpreende. Será que ser
cristão é condição “sine qua non” para ter um espírito benevolente e pacífico?
Confesso-lhes que a cada dia aumentam as minhas dúvidas a esse respeito. Já
estou no limiar de desacreditar totalmente.
Não
foram ataques específicos a navios e aviões de guerra, ou a bases navais ou
aéreas japonesas, ou mesmo a instalações militares de um modo geral. Não foram ataques
a fábricas ou depósitos de armas, tampouco a centrais de comunicação do Japão.
Os Estados Unidos jogaram duas bombas atômicas em duas cidades japonesas
repletas de civis, isto é, homens, mulheres e crianças. Dezenas de milhares de
pessoas inocentes morreram em segundos ou minutos, e também nos dias que se
seguiram aos ataques, chegando a centenas de milhares de mortos.
Não
entendo como pessoas que certamente se julgam filhos de Deus e herdeiros dos
céus não têm essa percepção. Para mim é extremamente decepcionante, a ponto de
um certo desânimo envolver o meu espírito em relação ao ser humano. Foi por
isso que há dias eu escrevi um texto dizendo que “A humanidade não deu certo”.
Se
o mundo fosse menos imperfeito ou se eventualmente os Estados Unidos não
tivessem ganhado a guerra, com certeza o presidente Harry Truman, que autorizou
os ataques, e os seus generais teriam sido julgados por crimes contra a
humanidade, pois foi exatamente isso o que eles cometeram.
As
atitudes de Harry Truman, dos seus generais e dos pilotos dos aviões que
executaram as ordens são igualmente imperdoáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário