sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

As feiuras da Natureza ainda me perturbam

 Por Saulo Alves de Oliveira

Você diria que esta fofura é capaz de tanta crueldade?  

É manhã de um belo dia ensolarado desta semana. Ponho o café e a água na máquina e, enquanto aguardo o preparo do líquido preto matinal, sento-me numa poltrona na área de serviço da minha casa. De lá, vislumbro toda a lateral da casa até a edícula ao fundo. Também dá pra ver uma pequena parte do maravilhoso azul do céu sem nuvens. Que cena inspiradora, não é mesmo? 

De repente, quase chegando ao quintal, percebo duas pequenas manchas escuras próximas ao meu gato, que se encontra deitado a pouca distância. O nome dele é Leonel, mas em casa nós o chamamos carinhosamente de Leo.

Fui até o local e percebi que eram dois filhotes de pássaros mortos. Pareciam ter pouquíssimos dias de vida, pois seus corpos ainda estavam cobertos de penugem. Suas penas não pareciam ser as de pássaros adultos.

Quem era o assassino?, pensei, mas logo concluí. Lá estava ele, deitado bem próximo. Exatamente, seu Leo.

Lamentavelmente, é isso o que natureza "manda" o meu gato fazer. Matar para comer? Não. Ele tem comida a qualquer hora em nossa casa. Brincar com os pássaros, maltratá-los até à morte? Sim.

Já tive a oportunidade de resgatar, com vida, algumas vítimas das suas garras e presas. Desta vez, não foi possível.

Muitos dizem que a natureza feita por Deus é bela. Eu também me encanto com certos espetáculos da Natureza e suas belezas, mas também me choco com suas feiuras. E esta sem dúvida é uma delas.

Não foi a primeira vez que algo semelhante aconteceu. A foto ao lado é de fevereiro de 2020. Em primeiro plano, a vítima. Dessa vez, um pássaro já bem desenvolvido. E o assassino? O mesmo Leo, tranquilo e deitado próximo, acima e à direita na imagem, como se nada tivesse acontecido.

Infelizmente, não tive a ideia de fotografar o “crime” desta semana, até porque o estado de um dos pássaros não era nada agradável.