Quando eu era criança e depois na
minha juventude, acho que por conta dos ensinamentos que recebi dos meus pais e
na minha igreja, eu pensava que todos os crentes – ou evangélicos – eram
pessoas diferentes das outras, dos lá do “mundo”, como é comum os crentes chamarem
os não crentes.
(Quando a palavra crente é apenas
sinônimo de evangélico, tudo bem. Não vejo nada demais. Porém, quando crente é antônimo
dos lá do “mundo”, e este último pronunciado com uma entonação arrogante e pejorativa...)
Eu pensava que ser crente era
sinônimo de amar o próximo, não mentir, defender a verdade a todo custo, não fraudar,
não se vingar, não difamar, não vender a consciência, não comprar consciência,
não acusar sem provas, não buscar os seus próprios interesses, não roubar e
muitas outras coisas nesse sentido do bom caráter.
Eu pensava que os pastores,
aqueles “homens santos”, conversavam diretamente com Deus e tudo decidiam
ouvindo Deus lhes falar ao ouvido. É isso mesmo. É verdade. Acreditem!
Quanto ingenuidade! (Podem
exclamar, amigos).
Hoje, lamentavelmente eu descobri
que, como em qualquer ajuntamento social, há crentes bons e crentes maus. Há
crentes que mentem, fraudam, vingam-se, difamam sem o menor escrúpulo, vendem
ou compram consciências, roubam e fazem tudo o mais que qualquer um lá do
“mundo” faz.
Eu descobri ainda que muitas
decisões são tomadas segundo os interesses políticos e pessoais de quem está
liderando. E o que é mais triste: divulgam que aquela é a vontade de Deus. E os
estultos dizem sim.
A grande diferença é que hoje nem
estes nem aqueles fazem mais a minha cabeça.
Se neste momento passa pela sua mente
a parábola do trigo e do joio, saiba que não cabe aqui, pois não estou
comparando trigo e joio, mas trigo e uma erva daninha conhecida popularmente
como carrapicho.
Saulo Alves de Oliveira