Por
Saulo Alves de Oliveira
Não
pode ser apenas uma questão de crença. Cada um crê naquilo que lhe agrada e lhe
traz conforto ou está de acordo com as suas convicções pessoais. Sem suas
crenças, algumas pessoas não suportariam as duras lutas da vida. Já tive a
oportunidade de ouvir tal confissão de pessoas muito próximas. E não as julgo.
Eu entendo. Também sou um humano, e, quanto a isso, tenho experiência própria, pois já me senti
assim no passado. Sou um humano demasiadamente humano naquilo que significa
fraqueza.
Eu
também enfrento dissabores. Minha vida não é um mar de rosas. Eu também já
passei por momentos e situações escuras, todavia, quando eu mais precisei de
evidências, estas não se apresentaram. Eu me vi completamente só e tive de
superar o lado cinza da vida sem o conforto lá de cima.
Então,
não interessa se as nossas crenças nos trazem conforto. Se as crenças não forem
baseadas em evidências, é disso que elas não passam, crenças, nada mais.
Acreditar em algo, por mais reconfortante que seja, não o faz verdadeiro.
Crianças acreditam em Papai Noel. Crianças acreditam na Fada do Dente. Também
há adultos que acreditam em fadas, duendes, gnomos, lobisomens e muitos outros
seres sobrenaturais. Todavia, tais seres simplesmente não existem.
Certa
vez, crianças desconfiaram que seus pais eram a Fada do Dente. Então combinaram
com alguns amigos que o primeiro que perdesse um dente não contaria aos pais e
colocaria o dente sob o travesseiro sem os pais saberem. Feita a experiência,
no outro dia constataram: não havia moeda alguma sob o travesseiro, apenas o
dente.
É
assim que adultos devem agir.
Teste
suas crenças, talvez você se surpreenda com o resultado.
Eu
sei que é muito difícil enfrentar essa dura realidade, pois também o foi para
mim. Talvez a maioria das pessoas não suporte conviver com essa realidade, sob
pena de submergirem nas ondas do grande mar chamado vida. Foram necessários
muitos anos de reflexão até eu aceitá-la.
Um
acredita que Maria é a mãe de Deus (sic) e está pronta a atender todos os
pedidos dos seus filhos humanos.
Outro
acredita que Deus está preocupado com os mínimos detalhes de sua vida. Algo
profundamente reconfortante, não tenho dúvidas, que fortalece e dá ânimo aos
peregrinos na longa e muitas vezes cruel jornada da vida. Lembro do poema
“Pegadas na Areia”. Quem não quer ter um Amigo que o coloca nos braços nos
momentos mais difíceis!? Lamentavelmente, nos meus testes o segundo par de
pegadas continuou na areia.
Um
outro acredita que a Bíblia aberta no Salmo 91 traz alguma proteção para o seu
lar.
Aquele
lá acredita que os mortos se comunicam com os vivos e lhes enviam mensagens de
conforto, que aliviam a dor da separação.
Há
também aquele que acredita que o Messias ainda vem e que o toque no Muro das
Lamentações em Jerusalém pode atrair bênçãos.
E
aquele outro acredita que o profeta ascendeu aos céus montado em um cavalo.
Todavia,
quais dessas crenças são baseadas em evidências inquestionáveis?
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