Por Saulo Alves de Oliveira
Muitas são as imagens tristes e chocantes que nos chegam quase todos os dias das várias partes do mundo, as quais evidenciam de modo inquestionável quanto o ser humano ainda está longe da civilidade total.
Muitas são as imagens tristes e chocantes que nos chegam quase todos os dias das várias partes do mundo, as quais evidenciam de modo inquestionável quanto o ser humano ainda está longe da civilidade total.
Crianças esquálidas morrendo de fome na África subsaariana – a grande parte do continente africano situada ao sul do deserto do Saara. Numa expressão bem conhecida de todos nós, que não é apenas uma simples figura de linguagem mas literal, “só o couro e o osso", verdadeiros cadáveres ambulantes – quando ainda podem andar.
Seres
humanos ajoelhados e seus covardes algozes em pé atrás com facas afiadas para lhes
cortar as gargantas em nome da estupidez do fanatismo religioso ou político.
Corpos
carbonizados ou despedaçados em nome da loucura do fundamentalismo religioso.
Bombas
caindo sobre cidades e transformando seres humanos, como eu e você, em pedaços
irreconhecíveis.
Levas
e mais levas, milhares, milhões de pessoas fugindo das guerras e dos conflitos
em seus países de origem.
O
corpo sem vida de uma inocente criança de três anos em uma praia da Turquia. Rosto
literalmente na terra. E as ondas, no seu vai e vem natural, a lavar aquele
pequeno corpo como se gritassem para o mundo, a cada ida e volta, ASSASSINOS! O
pequeno Aylan Kurdi fugia do
conflito na Síria com sua família e encontrou a morte nas águas do mar Egeu
tentando chegar à Grécia. Morreram, ainda, na mesma tragédia, sua mãe,
seu irmão de 5 anos e várias outras pessoas.
Vou
ser condescendente com os criacionistas e admitir que a Terra só tem seis mil e
poucos anos.
Vamos
supor, então, que fosse possível viajar no tempo e que você fizesse várias
viagens ao passado ao longo desses seis mil anos tendo em suas mãos uma máquina
filmadora ou fotográfica. Que imagens você nos traria do passado? Sem levar em
conta as diferenças de vestuário, arquitetura e tecnologia próprias de cada
época, as imagens que nos chegariam do passado, desde a criação da Terra, seriam
exatamente iguais às que nós vemos com frequência nos meios de comunicação dos nossos
dias: miséria, dor, fome e injustiças.
Aí
eu me pergunto – e tenho consciência de que é muito difícil para um crente
formular esse tipo de questionamento (crente aqui com o significado de aquele que crê): “O que Deus está
esperando para intervir na história e acabar com esse estado de injustiças que
nos atinge desde os primórdios da humanidade? Que a fumaça dos corpos queimados
chegue às suas narinas após a autodestruição da humanidade em um holocausto nuclear?
Até quando será derramado sangue inocente? Até quando vidas humanas serão
destruídas pela maldade do próprio ser humano?”
Só
os loucos fazem a si tais perguntas, quererão me exortar.
Então,
questiono-me mais uma vez: estaria eu chegando ao limiar da loucura?
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