Por Saulo Alves de Oliveira
Eu não escrevo ou digo alguma coisa
pensando que vou mudar a cabeça de alguém. Não é meu propósito convencer
ninguém de coisa alguma. Cada um creia no que quiser e achar conveniente.
Quer
acreditar no testemunho de alguém que diz que em sonho ou visão foi ao céu e/ou
ao inferno? Quer acreditar que é a “voz” de Deus que fala quando alguém está
pregando no púlpito de uma igreja? Para mim, tudo bem. Faça da sua fé aquilo
que achar mais conveniente e que certamente lhe satisfaz.
Às vezes o que eu escrevo ou digo
é apenas um desabafo de alguém que há alguns anos despertou de um grande sono.
Se bem que o meu sono nunca foi muito profundo.
Eu penso que alguns líderes
evangélicos – pastores, bispos, apóstolos, missionários – pensam que todos que
lhes escutam são uns grandes idiotas, imbecis, dados a parvoíces.
Todos os dias entre meio-dia e
uma da tarde eu vou buscar minha neta na escola e às vezes sintonizo o rádio do
carro em uma emissora evangélica.
Dias atrás eu estava ouvindo um
pastor falar. É um pastor que apareceu há pouco tempo na TV e rádios da nossa
região.
É inacreditável como esses homens
são tão cretinos ao pedir dinheiro.
Eles usam uma passagem bíblica – naquela
oportunidade foi acerca das pragas do Egito – e, depois de um palavreado
bonito, fazem medo às pessoas, para em seguida apresentar o golpe.
Qual foi a insinuação naquele dia?
“Tal qual os hebreus foram poupados da quarta praga, você também será poupado
das dificuldades se contribuir com a ‘obra’ de Deus.”
“Portanto, vá ao banco ‘A’ ou ‘B’
e deposite o seu dízimo numa dessas contas ‘x’ ou ‘y’. Deposite também uma
oferta alçada no valor do dízimo ou maior.”
Eu fico boquiaberto com o cinismo
com que o indivíduo faz sua proposta indecorosa. Desavergonhadamente!
Está precisando de dinheiro,
pastor? Faça como Jesus ensinou em Mt. 6.6. E não se exponha ao ridículo. Será
que eles, que tanto pregam acerca da fé, acreditam mesmo que apenas orando
secretamente Jesus vai mandar dinheiro para a “obra”? Duvid-o-dó!
O mais famoso deles, que por
sinal está muito rico, disse uma vez descaradamente: “Tem que pedir mesmo, não
precisa ter vergonha. Se tiver alguém que não der, tem um montão [de bobocas]
que vai dar”.
É isso aí, meus amigos. Como já
disse, não pretendo convencer ninguém. É apenas um desabafo.
Uma gota não fará diferença no
oceano. Não sou tolo o suficiente para admiti-lo.
É claro que nada vai mudar com as
minhas palavras. Eles ficarão cada dia mais ricos, pois existem “cegos” que são
guiados por quem “enxerga” muito bem. Todavia, fico feliz porque as pessoas que
estão muito próximas a mim compartilham das minhas preocupações e já estão
vacinadas contra essa canalhice.
A minha esperança é que, quando
um dia o nível cultural do nosso povo alcançar o de certos países europeus,
talvez esses oportunistas sejam varridos para sempre da nossa terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário