“Não respondas ao tolo segundo a sua tolice, para que também não te faças semelhante a ele.” Rei Salomão
Eu já ouvi ou li várias vezes alguém afirmar
o seguinte: “O silêncio de Deus também é resposta”. Evidentemente, eu não
concordo com essa ideia.
Ninguém escuta a voz própria de Deus em um
diálogo cara a cara ou conversa olhando diretamente nos seus olhos para
perceber a sua expressão de silêncio, característica daqueles que se calam diante
de um questionamento ou de uma agressão verbal.
Acho que é apenas uma forma da pessoa
encontrar, e dar aos outros, conforto ante os problemas da vida e assim enfrentá-los
com resignação. Tem algum valor? Certamente. Para mim, entretanto, não passa de
autoajuda.
Depois de muito tempo – às vezes anos e
anos se passam, em alguns casos, décadas mesmo – quando, e se, o problema for
resolvido, então foi Deus. Se nunca for resolvido, ou se o desfecho for trágico,
também foi Deus, pois “Ele sabe o que é melhor para mim”. Assim, a pessoa se conforta ao passar pelos embates
naturais da vida, e se resigna com qualquer situação.
Mas, deixa isso pra lá. Na verdade, eu
quero falar sobre outro silêncio.
Ninguém é obrigado a concordar com a visão
de mundo ou com as ideias de qualquer outra pessoa, porém acho que as regras da
boa convivência, da boa educação, todos devem respeitar. Isso chama-se civilidade.
Grandeza de espírito.
Às vezes você posta algo na internet ou
emite uma opinião e determinadas pessoas são tão indelicadas e deseducadas nos
seus comentários que parecem convidar você para uma briga verbal. Se você
responder no mesmo nível, talvez perca uma amizade. O mais lamentável é que parece
que para tais pessoas isso não faz a menor diferença.
Nesses casos, aí sim, eu acho que o
silêncio é a melhor resposta.
Todavia, acho que aqui vale também uma
outra sugestão do rei Salomão, aparentemente contraditória em relação à
destacada no início deste breve comentário. Cabe a mim e a você interpretá-las e
fazer o uso correto dos dois conselhos.
“Responde ao tolo segundo a sua tolice, para que ele não seja sábio aos seus próprios olhos.”
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