A funcionária da clínica me conduziu até o consultório do médico meu conhecido.
– O que o traz aqui, Saulo?,
perguntou-me o doutor.
– É o seguinte... relatei o meu
caso.
Após examinar-me, disse-me ele: “Eu
quero que você vá ao Hospital Giselda Trigueiro, procure o Dr. Maurício Nobre e
lhe entregue esta solicitação, pois eu gostaria de ter o parecer dele”.
Ao chegar em casa, liguei de
imediato para o Hospital.
– Hospital Giselda Trigueiro, boa tarde, disse-me uma voz no outro lado da linha.
– Gostaria de marcar uma consulta
com o Dr. Maurício Nobre, por isso, isso e isso, expliquei.
– Senhor, disse-me a voz, nós estamos
em greve, porém tratando-se desse tipo de caso nós damos um tratamento especial. Pode vir
amanhã às oito horas.
Às oito em ponto do dia seguinte lá
estava eu na porta lateral do Hospital. Fui muito bem recebido pelo vigilante
que me encaminhou a uma sala na qual se encontrava uma senhora vestida de
branco. Pensei tratar-se de uma enfermeira, não sei ao certo. Perguntou o meu
nome e olhou alguns papéis. Quinze ou
vinte minutos depois eu estava sendo atendido pelo Dr. Maurício Nobre.
Na realidade, o objetivo deste
comentário não é entrar em detalhes acerca do problema de saúde que me levou ao
Hospital Giselda Trigueiro. Desejo apenas ressaltar o tratamento profissional e
cortês que me foi dispensado pelos especialistas da saúde daquele hospital
público.
Eu estive lá em duas
oportunidades, nos dias 17 e 25 de maio último, e fui atendido pelos seguintes
profissionais: Maurício Lisboa Nobre, médico dermatologista; Dagoberto Mariz, bioquímico; Thaisa Wancy S. Moraes, terapeuta ocupacional;
e Geísa Campos, fisioterapeuta.
Praticamente todos os dias os
noticiários nos trazem histórias tristes de brasileiros que não têm tratamento
digno nos hospitais públicos, e eu sei que isso é verdade. É muito comum
ouvirmos críticas ao quadro de descalabro em que se encontra o atendimento
médico público em nosso país. Eu próprio sou um crítico. Quantas pessoas morrem
nas portas dos hospitais em virtude do descaso com que as autoridades públicas
tratam a saúde do nosso povo, notadamente dos mais pobres!
São hospitais sem estrutura
adequada e superlotados, faltam medicamentos e materiais básicos, sem falar dos baixos
salários dos trabalhadores da saúde, além de muitas outras carências.
Tal situação merece críticas sim,
e eu as faço aqui.
(Eles, os políticos – os maiores
responsáveis pela grave situação em que se encontra a saúde no Brasil –, quando
adoecem, procuram centros mais avançados. É muito comum lermos ou ouvirmos na impressa “Fulano de Tal foi
tratar-se no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo”. Outros, vão para grandes
centros médicos no exterior. Por que não procuram os hospitais públicos ou os
postos de saúde que eles oferecem à população? Não confiam no serviço prestado
por esses órgãos?)
Todavia, quando encontramos
profissionais que, a despeito de todas as carências estruturais e de outros tipos
também – como pude perceber no próprio Giselda Trigueiro –, cumprem suas
funções com dedicação, competência, cortesia e profissionalismo, acho que
devemos realçar tal fato e elogiá-los publicamente.
Critiquemos as falhas e a negligência
no serviço público, mas não esqueçamos de elogiar os acertos e a dedicação de
alguns profissionais.
Portanto, registro aqui o meu
agradecimento sincero aos profissionais Marcelo Nobre, Dagoberto Mariz, Thaisa
Wancy e Geisa Campos do Hospital Giselda Trigueiro, em Natal (RN).
Muito obrigado pelo atendimento
cordial e pela presteza. É um exemplo de que o serviço médico público em nosso
País ainda pode ser de Primeira Qualidade.
E isso me faz pensar que o Brasil
ainda tem jeito.
Saulo Alves de Oliveira
Posso assinar o texto como você?Porque concordo plenamente!É pena que a mídia só mostre o que tem de ruim no serviço público.Porque apesar de tudo ainda existem locais e profissionais de saúde que zelam por um bom serviço.Onde eu trabalho a gente não é 100%,temos nossas falhas,mas estamos sempre tentando fazer nosso melhor.
ResponderExcluirContinue sempre assim, tentando fazer o melhor, apesar deles, os nossos administradores públicos. Espero que esse texto também lhe sirva de incentivo, a você e a todos os seus colegas.
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