Por
Saulo Alves de Oliveira
Qualquer
que seja o resultado destas eleições, eu aprendi coisas importantíssimas, as
quais jamais esquecerei.
Dentre
várias lições, eu percebi como a indiferença, o rancor e outros sentimentos nada
nobres podem tomar conta de corações e mentes. Pessoas até então tidas como
sérias, amigas, equilibradas e até dóceis, algumas consideradas por muitos como
padrão a ser seguido, agem como se não tivessem nenhum compromisso com a ética,
com a verdade e, em alguns casos, com os valores que elas mesmas pregam todos
os dias.
Confesso-lhes
que tem sido uma experiência que me pegou totalmente de surpresa. É, de certo
modo, assustadora e, para alguns mais fracos emocionalmente, de perturbar a própria
jornada da fé.
Eu
não sei se tais pessoas um dia cairão em si e perceberão o rancor que tomou
conta de suas almas e mentes.
Apenas
dois exemplos.
1
– Fulana(o) divulgou uma notícia falsa, a moderna “fake news”. Vamos supor que
Fulana(o) não sabe que tal notícia é falsa. É evidente que isso não justifica
seu procedimento. Cabe à pessoa checar se aquela notícia é verdadeira ou não,
especialmente se prejudica a imagem de outro ser humano. Mas, vamos dar o
benefício da dúvida.
Então
um amigo alerta: “Fulana(o), essa notícia é falsa. A notícia verdadeira é assim
e assim.”
O
que você esperaria de uma pessoa consciente? De acordo com os compromissos
morais que você pensa que tal pessoa carrega, obviamente se esperaria que ela
apagasse a informação falsa e até pedisse desculpas a quem a leu.
Entretanto,
qual é a atitude de tal pessoa? Insiste com a informação, aplaude quem
corrobora e ainda faz gozação com o amigo que a alertou.
2
– Eu vi pessoas que em algum tempo foram guias espirituais de muitos jovens,
inclusive meus – ainda hoje o são de muitas pessoas, não mais meus –, apoiarem o
que há de pior na política, sob a desculpa de que o elemento defende os valores
cristãos. E quando você pesquisa a vida e os discursos do elemento, você
constata que não há nada de mais enganoso.
Um
me disse “[nome do cidadão] Presidente, pela volta ao Prumo da Verdade de Deus”.
Nesse momento eu escutei os anjos no Céu exclamarem “My God!”. Não sei se é
motivo para sorrir ou chorar!.
Decepção
e frustração? Sim, porém extremamente instrutivo. As máscaras que cobriam os
rostos nos púlpitos das igrejas e nas reuniões privativas caíram completamente.
Para
mim, tais pessoas não passam de seres humanos que, e somente nessa condição,
ainda merecem, e sempre terão, meu respeito. Como exemplo, jamais.
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