Eu não sou um profeta. Um possível (!?) verdadeiro profeta. Também
não sou como alguns chamados profetas que analisam as circunstâncias, ouvem
histórias, veem o que se passa ao seu redor e, para mostrar que tem algum canal
direto com o Todo-poderoso, vaticinam suas previsões.
Se acontecer algo ao menos parecido, não precisa ser exato,
eles recebem os louros como se fossem homens ou mulheres de Deus. Se nada
acontecer, não há prejuízo algum, pois os crentes de um modo geral só dão atenção
ao que de fato acontece. O que não acontece, como aquele chute para fora da
rede, se perde com o passar do tempo e as mentes esquecem. Na realidade, os
crentes, em sua grande maioria, salvo poucas exceções que comprovam a regra,
não dão a menor atenção ao que não se cumpre.
Eu conheci um senhor, tido como “profeta”, muito famoso em
uma determinada Igreja, que há muitos anos profetizou assim: “Daqui a 180 dias
a terra irá tremer”. Eu estava presente à reunião. Então fiz os cálculos e
constatei que coincidiria com um grande evento que ocorreria 180 dias depois
naquela mesma Igreja. Era uma convenção nacional. Passaram-se os 180 dias. A
convenção transcorreu normalmente e nada aconteceu, a terra não tremeu. Ainda
que outra terra em sentido figurado.
O profeta continuou sua vida de profecias, prestigiado, sendo
procurado por muitos. Hoje, não tenho notícias desse senhor nem sei se continua
sendo procurado pelos que precisam ouvir “Deus” falar.
Eu não sou um profeta, nem pretendo sê-lo. Apenas analiso o
momento que estamos vivendo e, sendo racional, posso prever alguma coisa.
Portanto, eis aí uma “profecia”. Anotem.
Hoje é a vez das Universidades serem invadidas e seus
reitores e professores levados coercitivamente. Em outro momento, talvez não
muito distante, será a vez das Igrejas. Templos serão invadidos e seus pastores
conduzidos coercitivamente. E os agentes da exceção não serão os “comunistas”,
não, como alguns tolos acreditam, e alguns maldosos, com plena consciência do
que dizem e fazem, divulgam. O motivo: não precisa de motivo, inventa-se um.
Mas, quem sabe comecem pelos dízimos e ofertas!
O Brasil vive dias de exceção, que, se não for contida pelas forças democráticas e as pessoas do bem, poderá descambar com certeza para o negrume de uma ditadura. Do Judiciário? Militar? Quem sabe!
Muitos, no entanto, ainda não se deram conta porque a fúria
persecutória do Judiciário, MP e PF hoje está voltada apenas para os desafetos
daqueles muitos. Quando os agentes encapuzados, com roupa camuflada e de armas
nas mãos invadirem as Igrejas será tarde demais para reagir.
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