sábado, 23 de dezembro de 2017

Eu não sou um profeta, mas...

Por Saulo Alves de Oliveira

Eu não sou um profeta. Um possível (!?) verdadeiro profeta. Também não sou como alguns chamados profetas que analisam as circunstâncias, ouvem histórias, veem o que se passa ao seu redor e, para mostrar que tem algum canal direto com o Todo-poderoso, vaticinam suas previsões.

Se acontecer algo ao menos parecido, não precisa ser exato, eles recebem os louros como se fossem homens ou mulheres de Deus. Se nada acontecer, não há prejuízo algum, pois os crentes de um modo geral só dão atenção ao que de fato acontece. O que não acontece, como aquele chute para fora da rede, se perde com o passar do tempo e as mentes esquecem. Na realidade, os crentes, em sua grande maioria, salvo poucas exceções que comprovam a regra, não dão a menor atenção ao que não se cumpre.

Eu conheci um senhor, tido como “profeta”, muito famoso em uma determinada Igreja, que há muitos anos profetizou assim: “Daqui a 180 dias a terra irá tremer”. Eu estava presente à reunião. Então fiz os cálculos e constatei que coincidiria com um grande evento que ocorreria 180 dias depois naquela mesma Igreja. Era uma convenção nacional. Passaram-se os 180 dias. A convenção transcorreu normalmente e nada aconteceu, a terra não tremeu. Ainda que outra terra em sentido figurado.

O profeta continuou sua vida de profecias, prestigiado, sendo procurado por muitos. Hoje, não tenho notícias desse senhor nem sei se continua sendo procurado pelos que precisam ouvir “Deus” falar.
 
Eu não sou um profeta, nem pretendo sê-lo. Apenas analiso o momento que estamos vivendo e, sendo racional, posso prever alguma coisa. Portanto, eis aí uma “profecia”. Anotem.

Hoje é a vez das Universidades serem invadidas e seus reitores e professores levados coercitivamente. Em outro momento, talvez não muito distante, será a vez das Igrejas. Templos serão invadidos e seus pastores conduzidos coercitivamente. E os agentes da exceção não serão os “comunistas”, não, como alguns tolos acreditam, e alguns maldosos, com plena consciência do que dizem e fazem, divulgam. O motivo: não precisa de motivo, inventa-se um. Mas, quem sabe comecem pelos dízimos e ofertas!

O Brasil vive dias de exceção, que, se não for contida pelas forças democráticas e as pessoas do bem, poderá descambar com certeza para o negrume de uma ditadura. Do Judiciário? Militar? Quem sabe!

Muitos, no entanto, ainda não se deram conta porque a fúria persecutória do Judiciário, MP e PF hoje está voltada apenas para os desafetos daqueles muitos. Quando os agentes encapuzados, com roupa camuflada e de armas nas mãos invadirem as Igrejas será tarde demais para reagir.

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