Por Saulo Alves de Oliveira
Eu estava
almoçando em um restaurante da cidade quando de repente uma conversa chamou
minha atenção na mesa atrás de mim.
─ O Sr.
Eduardo Cunha é réu em vários processos, dizem que já são 22, e agora
descobre-se que ele e parentes seus têm dinheiro irregular em banco na Suíça.
─ É ele
mesmo, o presidente da Câmara?
─ Sim, é ele
mesmo.
─ Mas não
dizem que ele é crente, membro da bancada evangélica no Congresso Nacional?
─ E daí? Por
acaso ser crente é sinônimo de honestidade ou de compromisso com o bem público?
─ Meus pais
eram evangélicos. Quando criança eu sempre frequentei a Escola Dominical e foi
isso que me ensinaram. Tinha até alguns crentes que se achavam “as pregas de quelé”.
O mundo lá fora e nós, uma ilha de santidade, propriedade exclusiva de Deus. Um
professor sempre dizia, com o dedo em riste e um ar de superioridade: “Não
podemos ter comunhão com quem não é dos nossos, pois somos santos”. Hoje eu
estou afastado da Igreja. Mas, voltando ao Sr. Eduardo Cunha... não é aquele
que o Sr. Silas Malafaia parabenizou no Twitter dizendo:
“Parabéns ao
novo presidente da câmara,DEP evangélico Eduardo Cunha,uma vitoria espetacular
humilhou o governo e o PT.Vão ter q nos aturar”?
─
Exatamente.
─ Dinheiro
irregular na Suíça! Quando ele será preso?
─ Ele é do
PT?
─ Não!
─ Você já
ouviu aquele ditado popular que termina dizendo “Quando a galinha criar dente?”
─ Bom, esse
é muito antigo. Tem este mais novo que diz “No Brasil só se prende preto,
pobre, p... e agora petista também.”
─ Garçom, a
conta por favor.
A partir daí
fez-se silêncio. Passaram-se alguns minutos e eu resolvi me virar para ver quem
conversava naquela mesa. Ao olhar para trás, não vi mais ninguém. Já tinham ido
embora.
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