Revista Forbes divulga nomes dos
cinco pastores mais ricos do Brasil. Clique aqui para saber quem são eles.
Entretanto, penso cá com meus
botões, todos são apenas milionários, em dólares, é verdade. Já em reais é
outra coisa, pelo menos um... Mas, coitados! Ainda estão longe de chegar à casa
dos “bi” na moeda do Tio Sam. Somente um está pertinho de chegar lá. Talvez o
mais famoso.
Eu acho, no entanto, que eles não
“obrigam” ninguém a dar. Os fiéis dão de livre e espontânea pressão psicológica.
Acho até que os membros das suas igrejas devem dar mais e mais dízimos e
ofertas. O que ainda é pouco, pois eles precisam chegar à casa dos "bi". Então
que venham os trízimos, quatrízimos... novízimos... Comprem mais livros,
bíblias, cds, dvds, revistas e jornais de suas editoras; comprem muitas e muitas
toalhinhas ungidas, fronhas ungidas, óleo ungido, água “benta” etc; associem-se;
ofertem com cartão de crédito, de débito, cheque especial, façam empréstimos
junto aos bancos, doem seus próprios bens; tudo isso para ajudá-los a aumentar
os seus patrimônios, pois eles precisam viver bem e confortavelmente. Afinal,
são “grandes homens” de Deus e não de Mamon.
Jatinho particular, carrões
importados – é bom que sejam blindados, vai que o anjo toscaneje –, mansões em
praias e no campo, fazendas, apartamentos nos melhores lugares etc. Eles não estão
tirando muitas almas do poder de Satanás? Então merecem todas as regalias que o
fiel comum não tem. Se o preço é esse, tudo bem.
Ganhar muito dinheiro lhes permite
ter uma vida muito boa, confortável e, consequentemente, toda tranquilidade
para trabalhar, viajando só de jatinho particular e morando em luxuosas
mansões, pois assim viverão muitos anos mais e terão mais tempo para dedicarem
à “obra” de Deus (?).
E os pastores das outras igrejas,
inclusive da Assembléia de Deus, apareçam nos meios de comunicação para
defendê-los, pois eles só estão ajudando a transformar o Brasil numa nação
evangélica. Não é o sonho de todos os pastores? Isso não é bom para o país? Não
interessam os meios, não é verdade?
Um desses... desses... desses...
bom, é melhor eu não citar a palavra que me veio à mente. Um similar americano,
que gosta de derrubar os incautos (eu vi um deles aqui em Natal há alguns
anos), em uma entrevista para um documentário chamado “Milagres”, exibido no canal
Discovery a tempos atrás, deu uma resposta bem esclarecedora. Quando lhe
questionaram sobre o fato dos recursos da maioria dos pregadores provirem de
pessoas humildes – e muitas em sérias dificuldades financeiras – em contraste
com a opulência demonstrada por esses pregadores, ele respondeu:
"Embora eu receba um bom salário e more com conforto, embora eu
voe em um avião particular, quero lhe explicar por que faço assim. Se eu não
voasse em um avião particular, logo estaria esgotado. Então é um benefício, vou
durar mais tempo. Serei mais produtivo para o reino de Deus... Não vejo nenhum
problema no modo como angariamos os fundos. A maioria só doa porque acha que
Deus os está levando a doar, não porque alguém pediu."
Quanto cinismo!
É isso, meus amigos. Se o povo
quer assim, o que é que se pode fazer?
Talvez o poder público devesse
intervir nesse verdadeiro mercado da fé, como Jesus fez no templo. Aí com
certeza os crentes vão dizer que é perseguição religiosa. E os porta-vozes do
protestantismo vão bradar que “O Diabo quer barrar o crescimento do evangelho
no Brasil”.
E eles, os “forbianos”, serão os
primeiros a gritar, especialmente um que se destaca pelo destempero verbal e
pelos gritos histéricos contra seus desafetos. Você também?
O interessante é que eles sabem
usar a Bíblia direitinho para atingir seus objetivos. É lamentável que a Bíblia
dê margem a tantas interpretações oportunistas. E eu sempre me pergunto: por que,
se é a Carta de Deus?
Saulo Alves de Oliveira
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