Sem dúvida esta deveria ter sido a primeira postagem deste blog, mas quando o criei faltou-me a percepção da importância deste esclarecimento. Faço, portanto, agora a devida correção.
Eu sou um ser humano comum. Não sou rico, não sou famoso, não sou jornalista, não sou escritor, nem ao menos 5% da população da cidade onde moro me conhecem. Também! Natal já tem pra lá de 800 mil habitantes. Entretanto tenho o enorme privilégio de desfrutar dessa coisa tão sublime e extasiante chamada vida. Ter consciência de que eu existo é algo simplesmente fantástico.
Nos meus anos de vida eu já ganhei muitas batalhas, mas também perdi outras tantas, e algumas foram muito, muito difíceis. Talvez a maior delas eu venci antes mesmo de nascer. E os grandes responsáveis foram meu Pai e minha Mãe.
Em um dia de 1955, quase certamente no mês de junho, meus pais estiveram juntos, não sei se pela manhã, à tarde ou à noite. Naquele momento eu me vi – mais precisamente o gameta masculino que me deu origem – entre dezenas de milhões de competidores, dos quais eu fui o único vencedor. Quanto aos demais, não somente perderam a batalha, todos morreram. Nove meses depois, precisamente no dia 19/03/1956, eu nasci.
De acordo com as mais recentes descobertas da Cosmologia, o Universo tem cerca de 13,7 bilhões de anos. E, segundo as pesquisas científicas, a vida na Terra tem cerca de 3,5 bilhões de anos. Refiro-me à vida como princípio, não à vida humana, essa é muito mais recente. O ser humano, quando vive muito, chega aos 100 anos e, quem ultrapassa tal limite, é motivo de admiração. Portanto, os anos de nossas vidas não são nada mais que poeira na vastidão do tempo cósmico.
Todos os seres vivos estão sujeitos a um ciclo que me parece cruel, porém, me agrade ou não, é a mais transparente realidade: nascer, viver, reproduzir-se e morrer.
Muitos passam pela vida – ou será: a vida passa por eles? –, e quase ninguém toma conhecimento da sua existência. Eu não quero que isso aconteça comigo. Sim, eu sei, o meu blog é muito simples e desconhecido e eu tenho plena consciência de que ele não vai fazer com que o mundo tome conhecimento de que eu existo. Mas, quem sabe? – é muita pretensão pensar assim? –, daqui a uns 200 ou 300 anos, alguém remexendo os arquivos da internet, talvez pesquisando como era esse meio de comunicação tão arcaico e precário do início do século XXI, tome conhecimento de que existiu um Saulo Alves de Oliveira e também descubra o que ele pensava.
Tão logo criei o blog, enviei um e-mail para alguns colegas e familiares e dei-lhes conhecimento. Nele eu dizia que pretendia divulgar experiências pessoais, ideias, críticas, comentários diversos, alguma coisa sobre ciência e como vejo o mundo.
Disse ainda que não era um escritor profissional, nem mesmo um amador. E complementei: “Também não sou versado nas letras e as palavras não fluem tão facilmente como no caso dos grandes escritores. Sou apenas alguém que deseja compartilhar com os outros seus pensamentos e suas reflexões acerca da vida”.
Portanto, aí está a finalidade do meu blog.
Saulo Alves de Oliveira
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