As leis da física e da química e os
conhecimentos de engenharia são aceitos em todo o mundo, independentemente de
raça, credo, cultura, sistema político, forma de governo, política econômica,
etc. Por quê? Porque funcionam igualmente aqui e em qualquer outro lugar do
planeta.
- Energia = m.c²; *
- Força = m.a; *
- Fgravidade = G (M1.M2/d²);
*
- “Na Natureza nada se cria e
nada se perde, tudo se transforma”;
- “O
Sol, como as demais estrelas, é um corpo celeste formado por hidrogênio e
hélio”;
- “Todos
os elementos químicos, inclusive os que compõem os nossos corpos, são formados
nos últimos estágios da vida de uma estrela”.
Tais
leis ou descobertas são aceitas em todo o mundo sem questionamentos. Até outras
Teorias como o Evolucionismo e o Big Bang são aceitas pela grande maioria dos
cientistas, em todo o mundo, como as melhores explicações para a evolução da
vida na Terra e a origem do Universo.
Os
conhecimentos de engenharia que se usam no Brasil para construir grandes obras
– por exemplo, uma grande hidrelétrica ou uma grande ponte – são os mesmos
utilizados em qualquer parte do mundo.
Um
conhecimento científico ou uma teoria científica podem mudar? Sim, desde que sejam
apresentadas evidências que contrariem o que está estabelecido. Não há verdades
absolutas em ciência. Há décadas houve uma grande discussão entre os cientistas
que defendiam um Universo estacionário, eterno e imutável, e os que defendiam
um Universo com início no Big Bang. O próprio Einstein, pelo menos no início,
defendia a primeira ideia. A segunda teoria, entretanto, depois de intensos
debates, foi a vencedora, pois todas as evidências apontavam para o Big Bang.
Para
propor qualquer mudança em temas relacionados à ciência, são necessários, via
de regra, uma formação acadêmica bastante sólida e muita pesquisa, o que,
infelizmente, não é o meu caso. Portanto, eu não tenho conhecimentos
científicos para questionar uma lei da física ou química ou mesmo da
engenharia.
Lamentavelmente,
porém, não se pode dizer o mesmo dos conhecimentos relacionados à religião, a
Deus e à fé. Esses não são temas aceitos pacificamente e sem questionamentos no
mundo. Pelo contrário. Quantas religiões há na Terra? Talvez centenas ou
milhares. Quantos livros sagrados? Muitos. Nem mesmo os cristãos se entendem
quanto à interpretação da Bíblia. Veja quantos desentendimentos há em uma só
denominação evangélica!
Apenas
três exemplos de divergência de interpretação, usando a mesma Bíblia: a guarda
do sábado, a doutrina da Trindade e a predestinação/livre arbítrio.
Eu
nasci ouvindo falar de religião, de Deus e de fé. E posso dizer que vivi toda a
minha vida em um contexto que girava em torno desses temas. No entanto, cada
grupo religioso trata desses temas segundo suas interpretações e suas
conveniências. E essa subjetividade sempre me incomodou, e muito, sobretudo
quanto à interpretação do caminho que leva a Deus.
Você
pode estar pensando: “Mas, Saulo, Jesus disse ‘Eu sou o caminho, e a verdade e
a vida; e ninguém vem ao Pai, se não for por mim’”. É comum alguém alegar: mas
Jesus reivindicou para si sua divindade, isto é, que Ele é o próprio Deus e, em
várias declarações, a Bíblia se autodenomina Palavra de Deus. Isso é suficiente
para comprovar a divindade de Jesus e a autenticidade da Bíblia como Palavra de
Deus? Absolutamente, não!
Acontece
que isso é uma verdade apenas para 1/3 do mundo, que é cristão, e nas suas mais
divergentes visões doutrinárias. O restante do mundo nem sequer aceita que
Jesus é o Filho de Deus, inclusive os judeus, tão defendidos pelos protestantes
evangélicos como um povo especial. Eles nem ao menos aceitam toda a Bíblia como
Palavra de Deus.
Espera
aí! Os cristãos reverenciam de modo todo especial os judeus e eles nem ao menos
aceitam o Mestre dos cristãos como o Messias prometido por Deus? Sim!
E tudo
isso para mim sempre foi um problema muito sério.
Mesmo
sem ser um grande conhecedor das Escrituras, um exegeta, ou teólogo, eu sou um
ser pensante, que tem um mínimo de conhecimento e alguma capacidade crítica. Apesar
de não estar muito acima da mediocridade, ainda assim isso me faz refletir
sobre questões que eu jugo perturbadoras no tocante à fé, às Escrituras e a
Deus.
Portanto,
apesar da minha mediocridade, e tendo em vista que esses temas não são uma
unanimidade em todo o mundo, eu me atrevo a questioná-los. Estou certo? Não
sei. Talvez nem sempre, ou, quem sabe, nunca.
Quem
sabe o meu erro seja compartilhar com outras pessoas aquilo que de certa forma
lhes incomoda – e em certa medida a mim também –, temas que alguns preferem nem
pensar, justamente porque causam dúvidas, temores e incertezas. E muitos
religiosos preferem esconder seus medos nas certezas, ao invés de procurar
respostas para suas dúvidas.
Entretanto,
na minha ótica, são as dúvidas, as perguntas, que mudam o mundo, não exatamente
as respostas e as certezas, pois é através daquelas que se chega a grandes
descobertas.
Para
finalizar, eu não acho que seja mais fácil incutir dúvidas do que ensinar a fé.
O mundo todo está aí para comprovar. A grande maioria da população mundial, e
do Brasil em particular, tem algum tipo de fé. Não necessariamente a mesma fé.
Fé em Jesus, fé em Alá, fé em Buda, fé em Shiva, fé nos espíritos, fé em Maria
“mãe de Deus”, fé nos passes e nos despachos, etc. Fruto da doutrinação que
sofrem, ou sofreram, sobretudo quando crianças.
Apenas
uma pequena parcela é formada pelos céticos, ou pelos que duvidam, ou que
apenas buscam explicação para os “mistérios” (?) da vida.
Na
realidade, o que eu gostaria mesmo é de incentivar as pessoas a pensar e a
questionar, e não simplesmente aceitar pacificamente como verdade absoluta o
que as “autoridades” nos ensinaram. Não sei se estou conseguindo. Talvez, ao
contrário disso, esteja perdendo amizades e, quem sabe, sendo visto como um
herege.
Quem
sabe esse seja o preço a pagar.
Se em
cada cem apenas um despertar para a realidade, terá valido a pena.
* m =
massa
c =
velocidade da luz
a =
aceleração
G = constante gravitacional
M1 = massa do corpo 1
M2
= massa do corpo 2
d =
distância entre os corpos
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