Na noite do domingo dia 14 deste mês eu estive em uma igreja evangélica. Naquela oportunidade, acontecia a despedida de um pastor e, ao mesmo tempo, a posse de um novo pastor.
A cerimônia foi presidida por um outro ministro, que tem
ascendência sobre todos os demais, uma espécie de papa regional. Na realidade,
esses “papas” locais – já conheci muitos e ainda conheço alguns – só saem de
suas igrejas grandes quando morrem ou então para assumir igrejas maiores. Deus
nunca determina que eles devam ir para igrejinhas lá do interior!? Bom, este
pode ser exatamente o critério de Deus: os grandes só devem ficar em igrejas
grandes! E já me disseram que eu não devo questionar o Todo-poderoso. Então,
melhor ficar por aqui.
Foi apenas uma divagação. Permitam-me ao menos o direito de divagar
um pouco.
Voltando à cerimônia.
Em determinado momento o pastor oficiante disse que o
dirigente que assumia estava ali por uma determinação de Deus, isto é, Deus
tinha determinado que aquele senhor deveria assumir a direção daquela igreja.
Aí eu pensei: “Será que todas os pessoas que aqui estão realmente
acreditam que foi Deus quem escolheu exatamente este senhor para assumir a
direção desta igreja?”
Se tal fato é verdade, eu gostaria muito de saber como é que
Deus faz isso, isto é, como é que Ele determina que um ser humano específico deva
ser o pastor de uma igreja específica.
Ao chegar em casa, comecei a pensar e a me perguntar:
Ele o faz “emitindo sua voz” do mesmo modo como fez na
conversa com Adão e Eva no Jardim do Éden?
Ele “fala numa visão” como fez com Abraão ao prometer-lhe um
filho?
Ele “fala pessoalmente” como falou com Abraão e Ló no
episódio de Sodoma e Gomorra?
Ele “fala em sonhos” como falava a José?
Ele “fala face a face” como falava com Moisés?
Ele “fala através de uma brisa suave” como fez com Elias?
Ele “escreve numa parede” como ocorreu no episódio do rei
Belsazar e Daniel?
Ele “brada desde os céus” como aconteceu no batismo de Jesus?
Ele “fala no meio de um resplendor de luz” como aconteceu com
Saulo, o de Tarso?
Ele “fala através de um êxtase” como vivenciou Pedro no
episódio do objeto que descia do céu como se fosse um grande lençol?
Ele “fala com uma grande voz” num arrebatamento em espírito
como falou com João na ilha de Patmos?
Ele “envia um anjo” que transmite sua determinação como fez
em várias situações na Bíblia?
Ele “envia profetas” que transmitem suas determinações como
aconteceu em várias ocasiões na Bíblia?
Ou Ele (?) faz a pessoa sentir uma convicção dentro de si e a
isso a pessoa dá o nome de “vontade de Deus”?
Confesso-lhes que ainda não encontrei a resposta. Na
realidade, pode não ser nenhuma das opções acima. Há uma outra alternativa bem
mais humana, que também deve ser considerada.
Talvez aquela “determinação” decorra simplesmente de uma
decisão administrativa, fruto do
intelecto humano, tomada por um pequeno grupo de pessoas, algo perfeitamente
natural ou normal, totalmente compreensível – se assim aconteceu –, desde que os critérios sejam legais e justos. E, se é assim, por que dar ao evento uma conotação
espiritual? Seria para impor um certo respeito ou medo às pessoas que ali estavam?
Tal alternativa é plausível?
Bom, acho que devo pensar um pouco mais sobre o tema.
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