Por Saulo Alves de
Oliveira
Eu
não compro a “v”eja, portanto não tenho nem sequer um exemplar em minha casa.
Mas eu poderia conseguir com amigos e conhecidos alguns exemplares do “detrito
sólido de maré baixa”, como diz o Paulo Henrique Amorim, para a utilização a
seguir.
Os
preços dos produtos estão subindo, então eu estava pensando em que poderia
economizar. Aí tive a seguinte ideia: vou economizar no papel higiênico. Mas,
como? Vou passar a utilizar as folhas da “v”eja no lugar do papel higiênico.
Tem destino melhor para aquele semanário?
Tomada
a decisão, resolvi comprar um exemplar da tal revista para fazer uma
experiência pessoal antes de repassar para todos de casa. Não uma nova, claro, pois
não vou dar lucro aos seus donos, porém uma edição recente oferecida em um
sebo. Recortei as folhas em duas partes no sentido do comprimento e coloquei
junto ao vaso sanitário no banheiro. Aí pensei: vou aguardar o sinal
característico do meu organismo, que todas as pessoas sabem qual é.
Passadas
algumas horas, os sinais chegaram. Então, dirigi-me imediatamente à “casa de
banho”, como se diz em Portugal. E cumpri ali o ritual natural, comum a todo
ser humano. Depois de aliviado dos estercorais, passei a executar a minha
experiência.
Qual
não foi a minha surpresa? Quanto mais eu utilizava o papel higiênico
improvisado mais eu me maculava. Normalmente, eu utilizo muito papel higiênico
quando vou à “casinha”, e por isso insisti com as páginas da “v”eja, porém cada
vez eu me maculava ainda mais. Assustado, resolvi verificar o que estava
acontecendo. Olhei para as minhas mãos e notei que elas estavam sujas. Fiquei
surpreso, pois eu havia tomado bastante cuidado. Olhei para os papeis
dependurados ao lado, isto é, as folhas da “v”eja, e verifiquei que eles
estavam impregnados da mesma substância que eu acabara de transferir para a
urna sanitária.
Com
o susto, me levantei rapidamente. Coloquei todo o papel higiênico “v”eja – que
àquele altura já exalava um odor insuportável – em um saco de lixo com várias
camadas e o levei para o depósito de lixo caseiro.
Lavei
todo o banheiro com abundante água e sabão “brabo”, passei água sanitária 100%
nos locais que tiveram contato com o “detrito sólido de maré baixa”, inclusive
nas minhas mãos e partes, digamos, pudicas, e tomei um banho bem reforçado.
Conclusão
definitiva: nem para “toilet paper” a “v”eja serve.
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