Por Saulo Alves de Oliveira
Faz algum tempo, acho que há cinco ou seis anos, alguém postou a
seguinte mensagem no Facebook:
“Profetizo que, antes do meio-dia, você vai tomar posse da Vitória, Vem de Deus!” (transcrição literal)
Observei que 253 pessoas curtiram a postagem e 73 pessoas deixaram os seguintes comentários, ou algo parecido: “Amém” ou “Eu creio”.
Eu só tomei conhecimento da “profecia” depois do meio-dia. Então, fiz o seguinte comentário: “Seria interessante que alguém que tomou posse da vitória viesse a público e contasse sua história, porém no meu entendimento só tem algum valor o que aconteceu até ao meio-dia”.
Por volta das 16:00 h, fiz outro comentário: “Como já se passaram 4 horas após o meio-dia, alguém tomou posse da vitória, até ao meio-dia?”
Mais ou menos às 20:30 h verifiquei que não houve nenhuma resposta ao meu questionamento, apenas os mesmos “Amém” ou “Eu creio”. Fiz, então, mais uma observação: “Já se passaram mais de 8 horas após o meio-dia. Alguém tomou posse da vitória? A profecia se cumpriu na vida de alguma pessoa ou não?”
Mais tarde, eu verifiquei novamente a postagem e constatei apenas uma novidade: meus comentários haviam sido excluídos. Quanto a “posse da vitória”, nenhuma.
Pensei: é provável que, caso tome conhecimento dessas minhas indagações, a profeta me bloqueie no seu Facebook, todavia não seria essa a primeira vez que isso acontece.
Já fui bloqueado algumas vezes por questionar profecias que não se cumpriram bem como por questionar mentiras divulgadas sem o menor pudor ou escrúpulo. E, em relação às mentiras, o pior: foram divulgadas por pessoas que um dia, quando jovem este chato ou inconveniente perguntador ou no início da idade adulta, me serviram de padrão moral. Observem que o verbo “servir” está no passado.
Lamentavelmente, essa é a triste realidade de grande parte do povo cristão, seja evangélico ou não. Alimenta-se do que realmente não existe. Sonhos, crendices ou fantasias, as quais não vêm de Deus.
Também não vêm do Diabo. São apenas sonhos, crendices ou fantasias.